Os produtos de alisamento capilar representam um maior risco de cancro do útero, aponta um estudo dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos publicado esta segunda-feira. De acordo com a investigação, conta o jornal Público, as mulheres que usam esses produtos com uma frequência superior a quatro vezes por ano vêem o risco de desenvolver aquele tipo de cancro aumentar para mais do dobro.
A investigação sobre o tema foi publicada na revista Journal of the National Cancer Institute e elogiada por especialistas independentes que invocaram o “princípio da precaução” para pedir mais legislação, apesar de ainda serem necessários mais estudos para aprofundar estes resultados.
O cancro do útero, segundo a mesma fonte, distinto do cancro do colo do útero, é uma forma relativamente rara da doença e é responsável por cerca de 3% dos novos casos de cancro nos Estados Unidos, que registou 66.000 casos e 12.500 mortes em 2022. No entanto, as taxas de incidência deste tipo de cancro estão a aumentar no país, particularmente entre as mulheres negras.
O estudo baseou-se em dados de cerca de 33.500 mulheres norte- -americanas, recrutadas entre 2003 e 2009, que foram acompanhadas durante quase 11 anos. Um total de 378 dessas mulheres desenvolveu cancro do útero.
Para as mulheres que nunca usaram produtos de alisamento capilar, o risco de desenvolver cancro do útero até aos 70 anos é de 1,64%, comparado com 4,05% para utilizadoras frequentes, detalha um comunicado da autora principal do estudo, Alexandra White.
“Como as mulheres negras usam produtos de alisamento com mais frequência e tendem a começar em idades mais jovens, estes resultados podem ser particularmente interessantes para elas”, frisou Che-Jung Chang, co-autor da investigação, citado pelo jornal Público. Cerca de 60% das mulheres que participaram neste estudo e disseram ter usado produtos de alisamento capilar declararam- se negras.
Texto publicado originalmente na edição nº1090 do Expresso das Ilhas de 19 de Outubro