Pelo menos 3.000 crianças, na sua maioria rapazes adolescentes, foram vítimas dos esquemas que estão ligados a mais de uma dúzia de suicídios este ano, uma escala que as autoridades americanas nunca tinham visto antes.
Muitos pensam que estão a conversar online com crianças da sua própria idade, mas são rapidamente manipulados para enviar imagens explícitas e depois chantageados por dinheiro para evitar que as imagens sejam difundidas, indicou o FBI.
A maioria das vítimas tem entre 14 e 17 anos, mas também crianças a partir dos 10 foram visadas.
O FBI disse que estava agora a emitir o alerta nacional de segurança pública, uma vez que as crianças podem estar a passar mais tempo online, à medida que as escolas fecham para as férias de inverno.
Em relação ao ano passado, tem havido um aumento espantoso de casos e há provavelmente mais vítimas, que nunca se deram a conhecer, por embaraço e vergonha, disseram as autoridades do FBI.
"As vítimas podem sentir que não há saída. Cabe a todos nós assegurar-lhes que não estão em apuros, que há esperança, e que não estão sozinhas", disse o director do FBI, Christopher Wray, através de uma declaração.
Acredita-se que muitos dos esquemas actuais são originários de golpistas sedeados em países da África Ocidental, como a Nigéria e a Costa do Marfim.
Os suspeitos normalmente posam como crianças de idade semelhante, muitas vezes usando a foto do perfil de uma rapariga e até listando escolas ou adicionando amigos para fazer parecer que vivem na mesma área.
Acontece frequentemente em grandes plataformas, como o Instagram ou Facebook, mas também pode ser em jogos ou conversas de vídeo, prosseguem as autoridades.
O alerta destina-se a colocar a questão na ribalta, para que as crianças se sintam mais à vontade e os adultos possam ajudá-las a aprender a detectar identidades falsas e a rejeitar qualquer pessoa que peça imagens explícitas, disse o Procurador-Geral Adjunto, Kenneth Polite, da divisão criminal do Departamento de Justiça.
O Departamento de Segurança Interna também está a trabalhar para rastrear as contas falsas até à sua fonte, disse Steve Francis, o director executivo em exercício da Homeland Security Investigations.
As tácticas utilizadas pelos que estão por detrás das contas falsas estão a tornar-se mais agressivas, por vezes pedindo fotos em minutos, e os casos têm vindo a aumentar em todo o mundo, disseram os defensores.
"Esta é uma crise crescente e temos visto a extorsão devastar completamente crianças e famílias", disse Michelle DeLaune, CEO do National Center for Missing and Exploited Children.
"A melhor defesa contra este crime é falar com os seus filhos sobre o que fazer se eles forem um alvo online", adiantou.