Das novas instalações, construídas no Centro Espacial Árctico de Esrange, a funcionarem desde 1966, serão lançados satélites a partir de 2024, segundo fontes da agência espacial sueca (AES) citadas pela Efe.
Até agora, a única base de lançamentos europeia - de pequenos e grandes satélites, sondas, telescópios e foguetões - funcionava sob a alçada da ESA em Kourou, na Guiana Francesa, na América do Sul. A Rússia, com a qual a ESA cortou relações devido à invasão da Ucrânia em Fevereiro de 2022, tem uma base espacial, mas em Baikonur, no Cazaquistão, na Ásia.
"É um grande momento para a Europa, para a indústria espacial europeia... o primeiro sítio de lançamentos orbitais no continente europeu", congratulou-se a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na inauguração da infraestrutura, localizada a 40 quilómetros da cidade de Kiruna, na região da Lapónia.
A Suécia, que acolhe as novas instalações espaciais, preside desde 01 de Janeiro ao Conselho da União Europeia.
Ursula von der Leyen destacou, na cerimónia, os benefícios da utilização de pequenos satélites em áreas como a segurança e o clima.
"Estudar o espaço ajuda-nos a compreender o nosso lugar no Universo", disse, por sua vez, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, durante o evento, que teve também a participação do rei Carlos XVI Gustavo.
Criado pela ESA para estudar a atmosfera terrestre e as auroras boreais, o Centro Espacial Ártico de Esrange é operado pela empresa estatal sueca Swedish Space Corporation (SSC), que espera lançar o primeiro satélite no primeiro trimestre do próximo ano, de acordo com um porta-voz citado pela agência noticiosa AFP, tornando a Suécia no primeiro país da Europa a fazê-lo a partir de solo do continente.
A extensão de instalações hoje inaugurada possibilitará o lançamento de foguetões com cerca de 30 metros de altura e com capacidade para transportar carga com algumas centenas de quilos.
A longo prazo, a SSC pretende lançar para o espaço cargas superiores a uma tonelada.
Portugal previa lançar, ainda em 2021, microssatélites de uma base espacial a construir na ilha açoriana de Santa Maria, mas o processo tem tido vários reveses.