O estudo, publicado na revista científica Science, resultou da análise de imagens de radar da superfície de Vénus captadas pela sonda espacial norte-americana Magalhães entre 1990 e 1992 (a sonda foi desactivada em 1994).
Segundo os investigadores da universidade norte-americana do Alasca que conduziram o trabalho de análise, as imagens revelam uma chaminé vulcânica (uma das principais estruturas de um vulcão) que se expandiu e mudou de forma, indiciando actividade vulcânica recente no planeta.
Uma chaminé vulcânica é um canal por onde são expelidos gases, lavas e cinzas durante uma erupção. Em profundidade, as chaminés têm, por vezes, a forma de fenda, podendo a mesma fenda corresponder a diferentes chaminés.
Muitos vulcões foram identificados na superfície de Vénus e, apesar de nenhum deles ter sido observado em erupção, alguns estudos anteriores sugeriram que a actividade vulcânica contínua em Vénus poderia ocorrer em várias regiões do planeta.
No novo estudo, os cientistas argumentam que a chaminé do vulcão mais alto de Vénus, o Maat Mons, expandiu-se e mudou de forma entre duas imagens registadas em 1991 pela sonda Magalhães, uma em Fevereiro e outra em Outubro.
De acordo com o artigo da Science, alterações na superfície adjacente podem ter sido causadas por um fluxo de lava que emanou da chaminé, com os investigadores a interpretarem essas alterações como indícios de actividade vulcânica recente em Vénus.
A superfície do planeta é descrita como geologicamente jovem quando comparada com a de todos os outros corpos rochosos do Sistema Solar, com excepção da Terra e de Io, uma das luas de Júpiter.
Em 2015, a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou que a sonda Venus Express (já desactivada) detectara a presença de actividade vulcânica no planeta, após oito anos de observações.
Segundo avançou a ESA na altura, Vénus tem a superfície coberta de vulcões e antigas "línguas" de lava.