O novo fármaco Donanemab, desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Eli Lilly, mostrou eficácia a tratar doentes de Alzheimer nas primeiras etapas de progressão da enfermidade.
De acordo com um novo estudo, publicado quinta-feira última na revista JAMA, e citada pelo site zap.aeiou.pt, o fármaco, baseado em anticorpos, actua limpando os amilóides que se acumulam no cérebro dos pacientes com este tipo de demência.
No ensaio clínico, o medicamento reduziu a progressão da doença de Alzheimer em cerca de um 35% dos pacientes, permitindo que mantenham as suas actividades diárias e melhorando significativamente a sua qualidade de vida.
Os autores do estudo realçam que este medicamento não é cura para a doença, e apenas actua sobre pacientes com Alzheimer – não tendo mostrado eficácia em pacientes com outro tipo de doenças neurológicas, como a demência vascular.
O fármaco está, no entanto, a ser aclamado como um avanço significativo na luta contra o Alzheimer e um grande passo em direcção ao seu controlo, uma vez que os medicamentos actualmente disponíveis tratam sintomas específicos da doença, mas não impedem a sua progressão.
O estudo examinou 1.736 indivíduos com idades entre os 60 e os 85 anos, com Alzheimer em estágio inicial. Metade dos participantes recebeu uma dose mensal do tratamento, enquanto a outra metade recebeu um placebo.
O medicamento teve um benefício significativo em 20 a 30% dos participantes, tendo mostrado maior eficácia – próxima de 35% – nos pacientes com menos placas amilóides presentes no cérebro. “Este é verdadeiramente um ponto de viragem na luta contra o Alzheimer, e a ciência está a provar que é possível travar a doença”, disse Richard Oakley, director de inovação e investigação na Sociedade Britânica de Alzheimer, citado pelo The Telegraph.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1129 de 19 de Julho de 2023.