Apesar da fama que o ouro e os diamantes têm de ser “muito valiosos”, estão muito longe de ser os materiais mais caros do mundo.
Os dois materiais são, ainda assim, mais caros do que “o verdadeiro ouro negro” – a tinta de impressora, que é 7.800 vezes mais cara do que o petróleo – e do que o inesperado “líquido mais valioso do mundo“, que nos leva 100 euros por uma simples gota.
Mas o “material mais caro do mundo”, escreve o zap.aeiou.pt, é na realidade a raríssima antimatéria, que tem o astronómico preço de 57 biliões de euros por grama.
O contacto de antimatéria com matéria normal provoca uma explosão massiva, devido às brutais forças opostas em jogo – um comportamento popularizado na literatura de ficção científica e no cinema, em filmes como “Anjos e Demónios”, com Tom Hanks, baseado no livro homónimo de Dan Brown.
Felizmente, a colisão de matéria com anti-matéria (pelo menos a uma escala que se veja) aconteceu até agora apenas no reino da ficção científica.
A sua raridade deve-se ao facto de só poder ser fabricada usando um acelerador de partículas como o LHC, o Grande Colisor de Hadrões do CERN, o que contribui para o seu preço exorbitante.
Em 1999, a NASA estimou que produzir um grama de anti-hidrogénio, uma forma de antimatéria, custaria cerca de 57,4 biliões de euros por grama – um valor confirmado em 2017 pelo físico Steven Farmer no seu livro “Strange Chemistry“.
Para colocar este valor em perspetiva, segundo estimativas do FMI, o valor da economia mundial em 2022 foi de 95 biliões de euros.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1134 de 23 de Agosto de 2023.