Chocante: a Anemia Falciforme é 11 vezes mais mortífera do que se pensava

PorExpresso das Ilhas,10 set 2023 8:39

Um novo estudo sugere que a mortalidade da anemia falciforme é cerca de 11 vezes mais elevada do que o estimado pelos registos médicos até agora disponíveis.

A Anemia de Células Falciformes, também denominada de Drepanocitose, é uma doença que afeta cerca de 400.000 pessoas em toda a Europa, afectando desproporcionalmente jovens adultos, adolescentes e crianças.

Como conta o zap.aeiou.pt, a condição afecta maioritariamente pessoas com ascendência afro-americana ou negra, que, em 10% dos casos, apresentam uma cópia do gene da anemia falciforme – ou seja, têm o traço falciforme, que apresenta apenas um risco mais elevado de certas complicações, como sangue na urina.

Cerca de 0,3% das pessoas com esta ascendência têm duas cópias do gene, que nesse caso conduz à manifestação da doença.

De acordo com um estudo coordenado por investigadores da Universidade de Washington, esta condição está largamente sub-diagnosticada, o que aumenta significativamente o risco de infecções, problemas cardíacos, disfunções no fígado e complicações durante a gravidez.

O estudo, publicado recentemente na revista Haematology, sugere que a mortalidade da anemia falciforme é cerca de 11 vezes mais elevada do que o estimado pelos registos médicos até agora disponíveis.

Segundo os autores do estudo, o subdiagnóstico da condição implica que muitas mortes, atribuídas por exemplo a ataques cardíacos, foram na realidade causadas por algum tipo de anemia falciforme – que não foi reconhecida pelos médicos.

Esta discrepância entre os casos diagnosticados e a incidência real da condição é particularmente sentida no Sul da Ásia e na África subsaariana, onde é, respetivamente, 67 vezes e 9 vezes mais elevada.

“O nosso estudo revela a sombria realidade de que a anemia falciforme é muito mais mortífera do que a literatura científica até agora apontava”, diz Nicholas Kassebaum, investigador da Universidade de Washington e autor principal do estudo, citado pelo Sci Tech Daily.

“O número de crianças nascidas com anemia falciforme está a aumentar, o que implica também que os pais são mais suscetíveis a infecções e outras complicações severas. O diagnóstico precoce é essencial”, acrescenta Kassebaum.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1136 de 6 de Setembro de 2023.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas,10 set 2023 8:39

Editado porEdisângela Tavares  em  10 set 2023 8:39

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.