Os cérebros humanos cresceram nos últimos 90 anos. Será que isto é boa notícia?

PorExpresso das Ilhas,7 abr 2024 17:02

Apesar do tamanho do cérebro não ser um marcador de inteligência, é curioso pensar que o cérebro humano está a ficar cada vez maior, quando se compara o volume da massa cerebral entre pessoas que nasceram em diferentes gerações.

Ainda inexplicado, este aumento observado nos últimos 90 anos pode proteger os mais novos das demências, incluindo a doença de Alzheimer, explica o site zap.aeiou.pt.

O aumento do cérebro humano foi descoberto (e medido) por uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia em Davis (UC Davis), nos Estados Unidos. Foram realizados milhares de ressonâncias magnéticas ao longo dos anos.

Com isso, os cientistas descobriram que o volume cerebral de quem nasceu nos anos 1970 é 6,6% maior do que os nascidos nos anos 1930. Além disso, a área da superfície cerebral é quase 15% maior. Ainda não se sabe como estão os cérebros das gerações mais jovens, como os nascidos nos anos 1990 e nem nos anos 2000.

Aumento cerebral e o risco de Alzheimer

A partir do aumento do volume cerebral, os investigadores defendem a ideia de que isso pode reduzir o risco da doença de Alzheimer. A hipótese está relacionada com a reserva cerebral, também conhecida como reserva cognitiva. Basicamente, é um factor de protecção contra as doenças neurodegenerativas, que costumam acometer o cérebro na velhice.

“Uma estrutura cerebral maior representa uma maior reserva cerebral”, afirma Charles DeCarli, professor de neurologia e um dos autores do estudo, em nota. Isso pode “amortecer os efeitos tardios da vida em caso de doenças cerebrais relacionadas com a idade, como Alzheimer e demências”, acrescenta.

Para defender a hipótese, os autores explicam que, globalmente, o número total de casos de Alzheimer está a aumentar, como revelam dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A explicação está no aumento populacional, mas não ocorre o aumento do nível de incidência. Na verdade, está a diminuir (pelo menos nos EUA).

“A genética desempenha um papel importante na determinação do tamanho do cérebro, mas as nossas descobertas indicam que influências externas, como factores de saúde, sociais, culturais e educacionais, também podem desempenhar um papel”, sugere DeCarli.

No entanto, ainda não se sabe dizer quais factores estão, de facto, relacionados com esta mudança.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1166 de 3 de Abril de 2024.

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Autoria:Expresso das Ilhas,7 abr 2024 17:02

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  7 abr 2024 17:02

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