Startups nacionais foram ao Brasil mostrar o país tecnológico

PorExpresso das Ilhas, Lusa,20 abr 2024 7:34

​As startups cabo-verdianas na Web Summit do Rio de Janeiro foram ao evento com o desígnio de mostrar um país tecnológico, que pode ser a ponte entre Brasil e África.

“Estamos aqui para mostrar a nossa posição no mapa” das tecnologias e mostrar “não só as belezas de Cabo Verde, mas a resiliência e a força de trabalho”, afirmou à Lusa Sebastian Kruse, filho de pai cabo-verdiano e mãe sueca, criado na Suécia, mas que regressou recentemente a Cabo Verde para, orgulhosamente, representar a “diáspora africana”.

“Somos o país africano mais próximo do Brasil”, lembrou o fundador da Fit CV, uma plataforma de exercícios físicos e de saúde mental, no último dia do evento, na quinta-feira.

“Não estou aqui a representar-me a mim mesmo, estou aqui a representar Cabo Verde” frisou, acrescentando que o país está focado em trazer empresas tecnológicas para as ilhas.

Também Saulo Montrond sublinhou à Lusa que o “grande desafio” da delegação cabo-verdiana é a de mostrar um país tecnológico, com uma mão-de-obra altamente qualificada em África.

“Cabo Verde é conhecido como um mercado turístico, boa parte do nosso PIB [produto interno bruto] provém desse setor, mas vemos na tecnologia um potencial enorme”, começou por explicar.

“Para exportarmos tecnologia, conteúdo, não precisamos de barco, nem de avião. Mesmo Cabo Verde sendo 10 ilhas espalhadas no oceano Atlântico, mesmo isolado de tudo o resto, até do continente africano, as soluções que fazemos em Cabo Verde podem chegar a qualquer parte do mundo”, disse.

Saulo Montrond é fundador da RiftOne, uma recente empresa que já tem um protótipo funcional um “minicomputador que cabe na palma da mão e pode ser alimentado por duas pilhas” com conectividade wi-fi, Bluetooth, internet 4G, televisão digital.

“Monitor, teclado, rato e PC menos de 200 euros”, disse, explicando que o objectivo é fazer levar este produto para as mãos das comunidades mais remotas com pouco acesso a energia e apoiar as crianças “sem acesso à internet e computador” em situações de ensino remoto.

A delegação de Cabo Verde, que contou com o secretário de Estado da Economia Digital cabo-verdiano, Pedro Lopes, procurou demonstrar ao longo dos três dias da Web Summit Rio de Janeiro um país tecnológico que pode ser a entrada do Brasil para o continente africano.

As características de Cabo Verde assim o permitem, sublinhou Pedro Lopes, em conferência de imprensa, já que é o país africano mais próximo do Brasil, além da relação histórica e cultural que existe com este país sul-americano.

"A nossa história está muitas vezes associada a pessoas que foram escravizadas. Não temos nenhum tabu com a nossa história, mas queremos recontar a nossa história", disse, acrescentando que a inovação e a tecnologia são "uma ferramenta para dar força".

O Parque Tecnológico, que o Governo conta colocar em funcionamento este ano para impulsionar o sector da economia digital, trará condições fiscais competitivas para as empresas internacionais se fixarem em Cabo Verde, avançou.

"Somos um pequeno país, conhecido pelo turismo, mas queremos contar cada vez mais com empresas internacionais", disse, acrescentado que a missão passa por "posicionar um pequeno país para o continente do futuro", num continente "que está ávido de mudança".

"Um país onde as pessoas não são perseguidas pela cor da pele, pela religião, pela sexualidade e isso faz de Cabo Verde um porto seguro para esta nova juventude", concluiu.

O Riocentro, na Barra da Tijuca, recebeu até quinta-feira mais de 30 mil participantes, de pelo menos 100 países, mais de mil 'startups', cerca de 600 investidores e 600 oradores, numa estrutura apoiada por mais de 210 parceiros e 400 voluntários, de acordo com a organização.

O evento tecnológico, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se na zona do Parque das Nações, em Lisboa, em 2016 e vai manter-se na capital portuguesa até 2028.

A empresa registou também, além do Rio de Janeiro, uma expansão para o Médio Oriente, com a Web Summit Qatar que se realizou no início deste ano.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,20 abr 2024 7:34

Editado pormaria Fortes  em  20 nov 2024 23:25

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.