Uma equipa internacional de astrónomos descobriu um enorme buraco negro, que se formou na sequência da explosão de uma estrela a apenas 2.000 anos-luz da Terra, anunciou esta terça-feira o Observatório Europeu do Sul (ESO).
Com uma massa 33 vezes superior à do Sol, o buraco negro, a que foi dado o nome de BH3, é o mais denso até agora encontrado na Via Láctea.
O enorme buraco negro, corpo denso de cuja gravidade nada escapa, nem mesmo a luz, foi detectado em dados da missão Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA) através de um movimento de “oscilação” estranho que impõe à estrela que o orbita, refere o ESO em comunicado.
A descoberta fortuita é tão importante, escreve o zap.aeiou.pt, que os cientistas divulgaram os pormenores do objecto mais cedo do que o previsto, para permitir que outros astrónomos realizem mais observações o mais rapidamente possível, diz o jornal britânico The Guardian. “É uma surpresa total”, disse o astrónomo Pasquale Panuzzo, membro da colaboração Gaia no Observatório de Paris. “É o buraco negro de origem estelar mais maciço da nossa galáxia e o segundo mais próximo descoberto até agora”.
“Este é o tipo de descoberta que se faz uma vez na vida“, acrescenta o investigador, citado pelo Phys.org.
Embora o BH3 seja mais maciço do que outros buracos negros estelares da Via Láctea, é semelhante a alguns dos revelados pelas ondas gravitacionais, ou ondulações no espaço-tempo, que são geradas quando os buracos negros colidem em galáxias distantes.
“Só tínhamos visto buracos negros desta massa com ondas gravitacionais em galáxias distantes”, disse Panuzzo. “Isto faz a ligação entre os buracos negros estelares que vemos na nossa galáxia e as descobertas de ondas gravitacionais.”
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1168 de 17 de Abril de 2024.