PP promete a mudança “real” que Cabo Verde deseja

PorSara Almeida,13 mar 2016 6:00

“Queremos mudança”. Foi esta a frase de ordem que ecoou pelo mercado provisório da Várzea, durante a visita do presidente do Partido Popular. No encontro com as vendedeiras, Amândio Barbosa Vicente apresentou o seu partido que define como a verdadeira alternativa à bipolarização política de Cabo Verde. “Dizem que querem mudança. A real mudança é com o PP”, asseverou.

“Não trago propostas concretas” para as vendedeiras, adianta Amândio Vicente. Esta segunda-feira, em campanha no mercado da Praia, o que o líder do PP veio fazer foi apresentar o seu partido e as linhas gerais que o norteiam.

“Vimos é mostrar que o Partido Popular é um partido que luta para ter mais justiça popular e para reforçar a qualidade de democracia, democracia que ainda está lá na alfândega e que nós pagamos para desalfandegar”, explica.
Nesta tarde calma, o refrão “Vote no PP, para acabar com a escravatura do PAICV e MpD”, que por vezes usa, não foi repetido, mas a ideia subjacente que lidera toda a sua mensagem de real mudança e alternativa, sim. E essa mudança real alicerça-se, sublinha o líder do PP, no compromisso de uma nova forma de fazer política, “política sem mentira”.

“Não somos como os outros”, garante.

Portanto, assumidamente sem propostas concretas para os problemas das vendedeiras, o que o cabeça de lista de Santiago Sul promete é tudo fazer para incrementar a “valorização do trabalho das vendedeiras”.

“São chefes de família que aqui estão, mulheres que buscam o seu pão de cada dia, então elas têm de ser valorizadas, o seu trabalho tem de ser valorizado”, disse, criticando “categoricamente” a postura da Câmara da Praia, e de Ulisses Correia e Silva em combater a venda ambulante.

“Verdadeira mudança é com o PP”, insiste, respondendo assim às palavras de ordem das vendedeiras. Palavras que, conforme conta aos jornalistas, Amândio Vicente tem ouvido em todos os lugares por onde tem passado: “O povo tem sede de mudança”.

 

“Arriscar” no PP

Em tarde de pouco movimento comercial, a pequena comitiva foi recebida com simpatia pelas vendedeiras, embora a maior parte se tivesse mantido à parte dos “vivas” e aplausos.

Mas aparentemente, alguns votos foram já conquistados junto das comerciantes de verduras e fruta.

“Gosto deste partido. Acho que vai trazer mais democracia para Cabo Verde. Gosto e estou a pensar votar no PP. Se não votar no PP não voto em ninguém”, diz-nos Fatinha, uma vendedeira, sentada junto à sua banca.

“Eu quero mudança, já chega dos outros partidos. A mim, que vendo, nunca me apoiam com nada. Só sabem prometer. É melhor tentar o Partido Popular. Se vai fazer melhor não sei, mas ‘quem não arrisca não petisca’”, declara Zezinha, uma das vendedoras que vai seguindo a comitiva com palavras de incentivo.

Ao lado Celina, uma outra colega, segue igualmente a bandeira do PP, por entre os estreitos corredores.

Também ela se diz desiludida com os partidos da alternância. “Estamos a apoiar o PP para ele trabalhar para nós. Para nós sermos tratadas de outra maneira”, adianta, resumindo: “Agora, queremos algo diferente”. 

Outras vendeiras recusam-se a falar. Ficam de longe, bem-dispostas a observar e mostram simpatia pelo PP, mas daí a votar no recém-criado partido… O voto é secreto, e portanto, há perguntas que não se fazem, embora algumas divulguem, descomplexadamente a sua intenção de voto. Mas as urnas é que irão responder e Amândio Vicente reitera que o objectivo é eleger cinco deputados.

Esta visita ao mercado surge enquadrada no contacto directo com os eleitores que o Partido Popular tem vindo a promover e que constitui a sua principal forma de campanha.

Desde o início da campanha, no dia 3, o líder do mais recente partido cabo-verdiano visitou já diversos bairros da capital e passou também pelos dois outros círculos eleitorais por que o PP concorre, além de Santiago Sul: Santiago Norte (Santa Cruz), dia 4, e Fogo, no passado fim-de-semana, onde centrou as suas acções no contacto com os deslocados de Chã das Caldeiras.

 

Propostas PP

Saúde

- Eliminação total e completa de qualquer pagamento das taxas de consulta e de diagnóstico nos Hospitais do Estado;

- Dotar os hospitais e centro de saúde de mais e melhores equipamentos;

- Diminuir tempo de espera para as consultas, para evacuações, para as análises.

 

Educação

- melhorar a educação, nomeadamente a qualificação dos professores e alunos;

- Eliminar pagamento das taxas na educação publica.

 

“Quinze anos já está bom. Oito anos também já está bom”, dizia uma vendedeira referindo-se ao tempo que o PAICV leva à frente do governo do país e ao tempo do MpD na Câmara Municipal da Praia, respectivamente.

“Já chega dos outros partidos. Só sabem prometer. É melhor tentar o Partido Popular. Se vai fazer melhor não sei, mas ‘quem não arrisca não petisca’.”

– Zezinha, vendedeira.

 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 746  de 09 de Março de 2016.

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Autoria:Sara Almeida,13 mar 2016 6:00

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  14 mar 2016 13:09

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