- Com um histórico de grandes secas que provocaram fomes mortíferas no arquipélago, a chuva é uma das coisas mais preciosas para os cabo-verdianos que passam o ano a ansiar por ela.
- A chegada das chuvas inicia uma série de rituais e tradições. Desde a sementeira à monda e re-monda(limpeza dos campos) - em que familiares e amigos que vivem nas cidades são convidados a irem ao campo ajudar nos trabalhos – aos piqueniques para tomar banhos nas ribeiras e cachoeiras que se formam.
- Muito religiosos, os cabo-verdianos tendem a atribuir as chuvas a Deus, a quem pedem por ela e agradecem nos cultos religiosos. Já as secas não têm dono…
- Ávidos de chuvas mas pouco habituados a elas, os cabo-verdianos não gostam de se molhar. Quando chove, vê-se poucas pessoas nas ruas (até porque os guarda-chuvas não são aqui muito populares), as pessoas fogem para se refugiar até da chuva mansinha, e é relativamente comum atrasar-se ou faltar ao emprego ou outros compromissos. Isso também se deve à dificuldade em circular por causa da acumulação de água e lama nas vias.
- As crianças, no entanto, adoram tomar banho de chuva e, nas zonas rurais e em certos bairros das cidades, é comum vê-las nas ruas a deliciarem-se sob a chuva.
- A agricultura representa menos de 10% do PIB de Cabo Verde mas, a falta de chuvas tem um impacto enorme na economia e na moral dos cabo-verdianos já que são muitas as famílias que subsistem através da prática da actividade.
- Outra tradição importante, na ilha de Santiago, é a celebração das primeiras colheitas, em Novembro. A 1 de Novembro acontece a festa do milho em que as pessoas rumam novamente ao campo para irem comer primeiras espigas de milho.