Roy J. Levin afirma ter descoberto a função do órgão que aparentemente só serve para dar prazer a mulher, no estudo “The Clitoris – An Appraisal of its Reproductive Function During the Fertile Years: Why Was It, and Still Is, Overlooked in Accounts of Female Sexual Arousal”, publicado a 5 de Novembro.
Segundo o cientista, citado pela MAGG , este órgão sexual tem uma função reprodutiva importante porque, quando estimulado, activa o cérebro para fazer uma série de alterações no corpo feminino, preparando-o para receber o sémen que irá fecundar o óvulo.
Aumento do fluxo sanguíneo vaginal, aumento da lubrificação e oxigenação vaginal e alteração da posição do colo do útero são as alterações físicas provocadas pela estimulação do clitóris. E são alterações de extrema importância para haja uma fecundação com maior taxa de sucesso.
Assim, o cientista afirma que o clitóris pode ter tanto uma função reprodutiva, quanto uma função prazerosa.
“O clitóris tem ambas as funções, tanto a reprodutiva como a de prazer, e ambas são de igual importância”. Segundo Roy J. Levin, a clitoridectomia — remoção do clitóris através de uma intervenção cirúrgica — não gera apenas incapacidade sexual como também reprodutora.
Essa conclusão científica vem derrubar muitos dos mitos que rodeia a cruel tradição da excisão feminina.
MGF
A mutilação genital feminina (MGF) é uma realidade para cerca de 200 milhões de meninas e mulheres que vivem hoje, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Esta prática está centrada, principalmente, em 30 países africanos e no Oriente Médio, mas, ocorre em alguns lugares da Ásia e da América Latina.
Para marcar sua campanha permanente contra essa prática, a ONU definiu em 6 de Fevereiro deste ano, o Dia Internacional da Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina.
A maioria das razões apontadas para a MGF passa por aceitação social, religião, desinformação sobre higiene, um modo de preservar a virgindade, tornando a mulher "casável" e ampliando o prazer masculino. Em algumas culturas é considerada um rito de passagem à vida adulta e um pré-requisito para o casamento.