De acordo com um estudo publicado no prestigiado New England Journal of Medicine, fazer jejum intermitente tem vários benefícios para a saúde como a redução da pressão arterial, auxílio na perda de peso e mais anos de vida.
A conclusão deste estudo, resulta de uma revisão a outros estudos efectuados em humanos e animais e realçou vários benefícios de não se comer durante muitas horas: a nível cognitivo, cardiovascular, físico e nos sintomas da diabetes e obesidade, lê-se na Newsweek.
"Apesar de não entendermos os mecanismos específicos, os efeitos benéficos do jejum intermitente passam por uma mudança a nível metabólico e uma maior resistência ao stress a nível celular”, acrescentaram os autores à Newsweek, citada pelo Observador.
Há dois tipos de jejum, de acordo com Mark Mattson, um dos autores do estudo. Conforme disse à CNN, um deles consiste em não comer durante 16 a 18 horas; outro, limita a ingestão de alimentos a 500 calorias, durante dois dias.
O estudo foi publicado no dia 26 de Dezembro, recolhe conclusões de outros trabalhos científicos. Um deles refere-se à população de Okinawa (Japão), cujo jejum intermitente, simultaneamente com uma dieta pouco calórica e rica em nutrientes, terá auxiliado à sua conhecida longevidade . O outro estudo citado analisou ratos que eram alimentados dia sim, dia não desde a idade adulta. A investigação chegou a conclusão de que a sua esperança média de vida aumentou significativamente.
Os autores do estudo publicado no New England Journal of Medicine consideram que a maioria das pessoas não vê com bons olhos o jejum intermitente devido ao padrão alimentar actual, que passa por três refeições principais por dia, e ingestão de alimentos entre essas refeições. Para os autores, esta dieta é algo que está de tal modo “enraizado na cultura” que nem médicos, nem doentes contemplam outra hipótese. “A abundância de comida e o marketing em países desenvolvidos é um dos maiores obstáculos”, afirmam os cientistas à Newsweek.
Irritabilidade, problemas de concentração e fome são destacados como reacções das pessoas à falta de comida. Mas serão, segundo os autores, sintomas que passam ao fim de um mês de jejum. Apesar das suas conclusões, os autores salientam a importância de se elaborarem mais estudos sobre esta questão, para garantir que se trata de uma prática segura e benéfica para a população em geral.
Até porque, nos estudos sobre o jejum intermitente ainda não foram analisados os efeitos a longo prazo. Além disso, os estudos que existem focam-se em jovens com excesso de peso e adultos de meia-idade. Ou seja, não é possível generalizar.