Para a coordenadora do projecto, Gisseila Garcia, embora a agricultura esteja mais interiorizada na área rural, é possível ter agricultura no meio urbano. Por isso, diz, o projecto “Horta Nha Casa” visa fazer uma horta comunitária, além de estimular a partilha entre vizinhos, na comunidade, para mostrar que “é possível” plantar e comer hortaliças e legumes nas cidades.
Um outro objectivo do projecto é, conforme Gisseila Garcia, reforçar a resiliência climática no sistema alimentar e nutricional das mulheres e suas famílias e promover o modelo da economia circular com a prática do método de agricultura urbana, utilizando pouca água, materiais reutilizáveis e combate ao uso de pesticidas.
“Tendo em conta a falta de água no nosso país, vamos usar a técnica de canteiros sub-regados. O canteiro sub-regado pode ser regado a cada 15 dias. Oferecemos mudas de plantas como a cebola, tomate e pimentão”, explica.
Calabaceira é o primeiro bairro seleccionado. Entretanto Gisseila Garcia diz que o objectivo é abranger todos os bairros da capital.
“Escolhemos, aleatoriamente, sete jovens mulheres daquele bairro, uma vez que vivem na mesma rua para ver se vai funcionar essa questão da partilha”, prossegue a coordenadora do projecto.
A implementação do projecto “Horta Nha Kaza” é feito por etapas e compreende a sensibilização e mobilização dos jovens dos bairros urbanos sobre as técnicas da gestão comunitária, ambiental e da sustentabilidade, formação e capacitação técnica.
Fundada em Abril de 2019, a missão do Movimento EFCV é revincular as cabo-verdianas com a natureza e o meio ambiente, defender os seus direitos, através da advocacia e sensibilização sobre o seu papel na conservação e protecção do meio ambiente, assim como a importância da sua integração nas decisões das acções e políticas estratégicas de adaptação e mitigação face as alterações climáticas.