Quase metade das cidades do mundo em risco de gerar novas pandemias

PorExpresso das Ilhas,26 nov 2020 10:49

Estudo alerta que mais de 40% das grandes cidades do mundo correm o risco de se tornarem o centro de uma nova doença fatal devido às pressões da actividade e acção humana sobre a natureza e a vida selvagem.

Não é novidade que a intrusão humana nos habitats naturais traz o risco de epidemias, pelo contacto com vírus até agora circunscritos a esses locais isolados. Agora, uma pesquisa realizada por investigadores da Universidade de Sydney, na Austrália, em parceria com cientistas do Reino Unido, da Índia e da Etiópia, determinou quais são as cidades do planeta com maior potencial para o aparecimento de futuras pandemias. E são muitas.

O estudo, que foi divulgado no One Health, divide as cidades em zonas de alerta amarelo, laranja e vermelho, tendo em conta a probabilidade do surgimento de doenças nessas áreas.

A maioria dessas urbes, cita um artigo publicado na revista Galileu, está situada no sul e sudeste da Ásia e na África Subsaariana.

Segundo os investigadores, mais de 40% das grandes metrópoles do mundo estão sob risco de se tornarem o epicentro de uma nova doença fatal. Adicionalmente, entre 14% e 20% dessas cidades comporta infraestruturas de saúde precárias, tornando-as incapazes de lidar eficazmente com possíveis patologias virais pandémicas, alerta a pesquisa.

Categorização

Para identificar as zonas de risco mais elevado os cientistas tiveram em conta factores como os espaços onde a convivência do homem com a vida selvagem é mais significativa, explica a Galileu. Esses centros urbanos, estão assim incluídos no alerta "amarelo" e "laranja" de interações bidireccionais entre seres humanos, animais domésticos e vida selvagem.

Num segundo passo, os investigadores identificaram zonas com sistemas de saúde precários e mapearam cidades adjacentes que estão altamente conectadas à zona de risco, podendo assim servir de canais para potenciais pandemias desconhecidas, refere ainda a Galileu citada pelo site Notícias ao Minuto.

"Esta é a primeira vez que essa geografia em três estágios foi identificada e mapeada, e queremos que isso seja capaz de informar o desenvolvimento da vigilância em vários níveis de infecções em humanos e animais para ajudar a prevenir a próxima pandemia", pode ler-se no artigo.

Entretanto, salienta Michael Walsh, líder do estudo, apesar dos países mais pobres terem a maioria das cidades em zonas classificadas de maior risco de propagação, os países mais desenvolvidos têm muitas cidades incluídas nas camadas de risco por conta do impacto que exercem sob vida selvagem, através da poluição que emitem e da industrialização massiva.

"Com essas novas informações, as pessoas podem desenvolver sistemas que incorporam infraestrutura de saúde humana, criação de animais, conservação de habitat de vida selvagem e movimentação a partir de centros de transporte para prevenir a próxima pandemia", afirma Walsh.

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Autoria:Expresso das Ilhas,26 nov 2020 10:49

Editado porAndre Amaral  em  26 nov 2020 14:24

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