Odair Tavares iniciou o processo criativo durante o primeiro estado de emergência, quando, motivado por um amigo, assistiu a vídeos de reciclagem na internet e começou a fazer experimentos.
Ao Expresso das Ilhas, Odair Tavares conta que aprendeu, com um amigo, a elaborar candeeiros de banquinha de cabeceira em três formatos diferentes logo na primeira semana em que se interessou pelos vídeos. Em seguida, se aventurou em formatos “cada vez mais desafiadores”.
Quando percebeu o interesse das pessoas por aquelas peças decorativas “diferentes”, Odair Tavares resolveu publicar os seus produtos nos grupos de venda da rede social Facebook. Juntamente com o amigo, Edimilson de Melo Gomes, que lhe apresentou o vídeo, abriram uma sociedade.
“Fazemos candeeiros para as banquinhas de quarto, mas também para tecto. Para os candeeiros de tecto cortamos o fundo da garrafa, colocamos uma lâmpada que não aquece dentro, depois basta pendurá-lo. Quando se trata dos candeeiros para a banquinha de cabeceira, a garrafa é utilizada como base e o tubo PVC é transformado em abajur”, descreve.
Odair Tavares narra que recolhem garrafas de vidro que são descartadas na natureza, mas também em bares e restaurantes.
“As crianças do meu bairro que sabem do meu trabalho sempre recolhem garrafas em suas casas ou ao pé dos contentores e trazem-me”, diz.
Primeiro, as garrafas são lavadas, retira-se os rótulos e ficam a secar durante dois ou três dias antes de serem cortadas.
Conforme Odair, o mais difícil é transformar os tubos PVC em abajur. É preciso adaptá-los à medida necessária usando berbequim e depois molduras, um trabalho “muito braçal”.
“Cortar e adaptar o tubo PVC não é muito fácil. Por isso, num dia posso produzir 4 pares de candeeiros, se não poderia produzir até mais”, afirma.
Odair Tavares refere que já transformou mais de 100 garrafas e tem em estoque, para serem transformadas, cerca de 200.
“São menos 300 garrafas a poluir a natureza e por acaso muitas pessoas têm procurado esses candeeiros”, aponta, acrescentando que cada par de candeeiros custa entre 2500 e 3000 mil escudos. Já os candeeiros de tecto, os preços variam entre 700 e 1500 escudos.
Para Odair Tavares o principal diferencial desses candeeiros é a sua resistência.
“Por exemplo, podem ser utilizados em restaurantes, esplanadas e em casas situadas à beira do mar. Não se estragam com a maresia, nem com água, são bastantes duradouros”, finaliza.