Os investigadores procuraram saber como a proteína spike do vírus contribui para danificar células endoteliais vasculares. Para isso, criaram um vírus semelhante ao SARS-CoV-2, com uma coroa de proteínas spike, usada no processo de entrada nas células.
Conforme descreve a revista Galileu, depois de terem sido feitos testes com animais, verificou-se que este 'pseudovírus' causou danos em pulmões e artérias, provando que a proteína spike trabalha sozinha para adoecer o organismo. Amostras de tecido verificaram inflamação nas células endoteliais da artéria pulmonar.
Em seguida, os cientistas repetiram o processo em laboratório. Colocaram, mais uma vez, as células endoteliais das artérias do pulmão em contacto com a proteína spike. Acontece que outra proteína, ACE2, se liga à spike como um receptor.
Esta ligação entre as duas proteínas interrompe a sinalização molecular que a ACE2 faz para as mitocôndrias, organelas responsáveis por gerar energia. Como explica a Galileu, as mitocôndrias das nossas células são danificadas e a pessoa adoece.
"Isto poderia explicar porque é que algumas pessoas têm derrames e outras têm problemas noutras partes do corpo. A semelhança entre os casos é que todos têm bases vasculares”, afirma um dos autores do estudo, Uri Manor, do Instituto Salk.