Porcelana fria ou Biscuit não precisa ser aquecida para manter o formato final de modelagem, uma vez que seca em contacto com o ar. Conforme explica Nancy Santiago, se cair parte, mas se bem cuidado dura para sempre.
“Comecei a fazer bolos. Na altura, com a minha primeira filha não queria trabalhar fora. Estive a pesquisar na internet alguma coisa para fazer e ganhar dinheiro sem sair de casa, porém, apaixonei-me por decoração de bolos, mais especificamente por bonecos. Os bonecos estavam na moda e sempre que fazia ficava contente, porém triste ao mesmo tempo porque acabava por estragar por serem comestíveis. Então, estive a procura de alguma massa que durasse. Encontrei e biscuit e apaixonei-me logo de cara e desde então não parei”, relata.
Santiago define-se como sendo autodidata e a sua escola é a Internet. Hoje, a confeiteira é bem conhecida no país e na diáspora. Porém, tem encontrado muitas dificuldades para manter o nome no mercado, devido a escassez de matéria-prima.
Segundo refere a massa é produzida no Brasil e exportada para Portugal, onde compra devido à proximidade e facilidade de transportar.
“Hoje, estou condicionada por falta de material, aliás é um desafio porque por vezes tenho muitas encomendas e não consigo dar vasão por falta de pessoas que estariam dispostas a trazer. Ainda não consigo uma outra forma de trazer a massa para Cabo Verde. É sempre quando conheço alguma pessoa que vai e peço para trazer”, lamenta.
Quanto às suas criações, a confeiteira conta que, normalmente, os clientes chegam sabendo o que querem.
“Mandam fotos e pedem para fazer igual, mas sempre deixo saber que não vai ficar igual porque tenho o meu toque. Com esta arte tenho o sonho de fazer uma exposição e para isso, teria de ter massa a vontade. Queria fazer figuras de Cabo Verde, como por exemplo a Cesária Évora”, aspira.