O que torna o trabalho de Marilson tão especial é que ele é completamente autodidata. Sem formação formal, aprendeu todas as técnicas e segredos da arte de personalização por conta própria.
A sua dedicação e desejo de inovar o estilo dos jovens da cidade da Praia o impulsionaram a aprimorar as suas habilidades dia após dia.“Nunca fiz nenhuma formação, aprendi por mim mesmos a fazer esta arte”, conta.
Personalizar sapatilhas é um trabalho criativo que exige habilidade e precisão, e Marilson não tem medo de enfrentar desafios. Ele admite que o aspecto mais difícil é criar retratos realistas das pessoas nos sapatos.
É uma tarefa arriscada, pois nem todos os clientes ficam satisfeitos com o resultado final. Mas Marilson vê essas dificuldades como oportunidades para crescer e aperfeiçoar as suas habilidades.
“Desenhar a cara das pessoas é o mais difícil de fazer. E é sempre mais arriscado, porque há clientes que não ficam satisfeitos e quando é assim não reconhecem o esforço do artista”, lamenta.
Para dar vida às suas obras-primas, Marilson usa tintas à base de água, disponíveis em papelarias locais, da marca Amsterdam . A única dificuldade que esse artista encontra é que o estoque das papelarias frequentemente se esgota rapidamente, o que pode complicar o seu trabalho.
No entanto, dada a acessibilidade dos preços desses materiais e a paixão que ele tem por seu ofício, Marilson diz-se disposto a enfrentar a inconveniência de uma viagem frequente à papelaria.
“Por semana, costumo personalizar pelo menos cinco pares de sapatos”, afirma.
As sapatilhas ganham uma nova vida com personalidades da cultura cabo-verdiana, bonecas e até mesmo familiares dos clientes, conforme o gosto e o pedido de cada um.