“É com enorme tristeza que anunciamos que o nosso querido Niki morreu em paz, rodeado pela sua família, esta segunda-feira", lê-se num comunicado. A notícia foi conhecida cerca das 02:00 desta terça-feira.
O ex-piloto tinha sido submetido a um transplante pulmonar no verão passado.
"As suas realizações únicas como desportista e como empresário são e serão sempre inesquecíveis. O seu dinamismo inesgotável, a sua integridade e a sua coragem serão um modelo e uma referência para todos nós", recordou a família.
Lauda, que ganhou títulos em 1975, 1977 e 1984, foi muito admirado, respeitado e apreciado na F1 depois de uma carreira notável, durante a qual ganhou dois títulos para a Ferrari e um para a McLaren.
Em 1976 teve um grave acidente que o deixou severamente queimado. Julgou-se que não voltaria a competir, mas, contra todas as expectativas voltou a ser campeão.
O piloto competiu em 171 corridas e ganhou 25.
Além da Fórmula 1, onde exerceu vários cargos de direcção, Niki Lauda investiu no mundo dos negócios e criou a sua própria companhia aérea. Mais recentemente era presidente não executivo da Mercedes e ajudou a trazer Lewis Hamilton para a equipa da marca.
Após saber-se da sua morte as homenagens não tardaram. A equipa da McLaren escreveu: "Niki estará para sempre em nossos corações e consagrado na nossa história."
Jenson Button, ex-campeão mundial, disse que "uma lenda deixou-nos", enquanto o influente jornalista Nick De Groot lembrou que o estatuto de Lauda dentro do desporto era "não apenas pelo que ele alcançou na pista de corrida, mas pelo que ele superou para chegar lá".
Lauda foi um piloto excepcional, corajoso e intransigente, mas sensato. Nascido em 1949, em Viena, fez carreira na corrida contra os desejos da família, industriais da transformação do papel. Queriam que seguisse o negócio. Ele decidiu fazer um empréstimo pessoal para conseguir entrar na Fórmula 1 e estreou-se em 1971. A Ferrari, que o acolheu, foi recompensada com um lugar no pódio na sua primeira corrida e uma vitória três vezes depois em Espanha. No ano seguinte, levou seu primeiro título para a equipa, o primeiro deles por mais de uma década.
Um ano depois, quando estava em alta para o título de campeão, sofreu um grande acidente no Grande Prémio da Alemanha em Nürburgring.
Preso no seu carro em chamas, foi retirado dos destroços, e sofreu queimaduras graves e danos aos pulmões. Apesar das dúvidas, se iria sobreviver ou mesmo competir de novo, a determinação de Niki Lauda em consegui-lo foi extraordinária. Seis semanas após o acidente e retornou ao Grande Prémio de Monza, em Itália, ainda enfaixado e com dores após uma extensa cirurgia. Terminou em quarto lugar.
Após mais duas temporadas com Brabham, deixou as pistas em 1979, para investir na sua companhia aérea. Mas acabaria por regressar. Voltou à McLaren em 1982 e ganhou mais um campeonato em 1984, após uma luta extremamente competitiva com o companheiro de equipa Alain Prost. O austríaco levou o título na última ronda por apenas meio ponto. Saiu da F1 pela segunda e última vez em 1985 e voltou aos seus negócios.
Assumiu o cargo de gerente de consultoria na Ferrari em 1993 e foi chefe de equipa da Jaguar entre 2001 e 2002.
Até há bem pouco tempo era uma figura no paddock desde que se juntou à Mercedes. Era considerado um homem bem-disposto e muito sociável.