Portugal à Frente (PàF), força política composta pela coligação da situação PSD-CDS, venceu as eleições legislativas, mas não conseguiu atingir a maioria absoluta. Assim sendo, tudo fica em aberto, caso a esquerda chegue a acordo e se una para fazer frente à aliança da direita.
Numa altura em que 99,9% dos votos estão contados e distribuídos 209 dos 230 assentos parlamentares de São Bento, o PàF consegue 94 (correspondente a 36,9% dos votos). AS estes somam-se cinco deputados do PSD na Madeira e Açores, num total de 99 assentos, longe dos necessários para a maioria absoluta.
A segunda força política mais votada foi o PS, que se ficou pelos 32,35%, e 79 deputados.
A grande surpresa surge no terceiro lugar com o Bloco de Esquerda (BE) a ultrapassar os comunistas. O Bloco conseguir 19 deputados (10,2%) e a CDU 15 (8,3%).
Ora se as três forças de esquerda se juntarem conseguem 113 assentos.
Catarina Martins, líder do Bloco, embora não se referindo directametne a eventuais alianças da esquerda, avisou já: "uma coligação minoritária não será Governo em Portugal".
O número um da CDU, Jerónimo de Sousa, alinhou com o BE e avisou que o seu partido irá rejeitar qualquer proposta da coligação no Parlamento. Citado pela Dinheiro Vivo, o líder comunista apelou ainda ao PS para que siga o mesmo caminho.
Entretanto, o primeiro-ministro e líder do PSD frisou já que o acordo de Governo será formalizado em breve e que irá comunicar ao Presidente da República a disponibilidade para governar.
“Seria estranho que quem ganhasse as eleições não pudesse governar", apontou, citado pelo Público, manifestando porém a intenção de procurar acordos essenciais com o PS.