O Prémio Nelson Mandela (PNM), atribuído anualmente a personalidades ou instituições, contempla diversas categorias e distingue acções em prol de África e da paz mundial, "no espirito do pan-africanismo".
O procedimento para a escolha dos laureados envolve uma primeira indicação de vários candidatos propostos popularmente, onde qualquer pessoa pode indicar um nome, e que decorreu até final de Junho. Em Outubro seria a vez de diplomatas e personalidades de relevo fazerem as suas indicações. E, por fim, chegada à fase da selecção, uma comissão do Prémio Nelson Mandela escolheu cinco candidaturas de cada categoria que encaminhou ao júri, que decidiu então os premiados do ano 2017.
Com este sistema, o comité do PNM recebeu nesta edição 4956 candidaturas, sendo que 4201 delas na fase da indicação popular. Na fase das indicações da diplomacia e personalidades contaram-se 600 propostas.
A lista de vencedores contempla o presidente da Tânzania, John Pombe Joseph Magufuli, com o Prémio Nelson Mandela da Paz (o de maior prestígio); o presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, com o PNM da Democracia; o presidente do Chade, Idriss Déby Itno, PNM da Segurança; o presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, PNM da Coragem e o primeiro-ministro das Maurícias, Pravind Kumar Jugnauth, PNM de Governança.
Na comunicação da escolha do presidente tanzaniano como o laureado PNM da Paz deste ano, o júri apontou os seus esforços para a persecução de uma política de paz e pacificação regional e acções louváveis a favor da justiça social.
Já a escolha na categoria Democracia foi justificada pelo “espírito democrático” e “respeito a decisões instituicionais que consagram o principio da separação de poderes” do presidente queniano, de quem se referiu ainda o contributo para a “consolidação da democracia no Quénia”.
O PNM da Segurança para o presidente do Chade foi “por sua política antiterrorista firme e eficiente nas regiões do Sahel e do Lago Chade, por sua visão e sua liderança em garantir a segurança dos habitats e na luta contra o terrorismo e o jihadismo na faixa sahel-sahariana”.
Pela sua “resistência heróica às tentativas de divisão étnica com o fim de destabilizar o Burundi e a sua visão de um desenvolvimento endógeno e livre de ajudas externas” o PNM da Coragem foi para o presidente do Burundi.
Já a distinção do primeiro-ministro das Maurícias foi “por sua estratégia de diplomacia económica de colocar os investimentos na vanguarda, por seu compromisso de promover procedimentos internacionais éticos e transparentes em serviços financeiros e cooperação tributária, por sua visão de uma Maurícia moderna, próspera e de futuro com um centro financeiro internacional responsável que luta contra a evasão fiscal transfronteiriça e a negligência financeira”.
Habib Bourguiba, presidente da Tunísia falecido há 17 anos foi contemplado, a título póstumo, com o prémio Combatente Supremo "em reconhecimento da sua visão da paz mundial e de sua acção pioneira para uma Tunísia soberana e moderna e para a libertação da África".
Personalidades não ligadas directamente á política são também premiadas, em várias outras categorias. É o caso, este ano, de Suzanne Jambo, presidente e fundadora da STEPS, do Sudão do Sul, laureada com o prémio Ubuntu pela luta pela democracia, justiça e direitos humanos, ou da deputada ugandesa Jacqueline Amongin, PNM de Liderança Feminina; do escritor costa-marfinense Kakou Ernest Tigori, PNM de Literatura e da jornalista sudanesa Nima Elbagir, quadro da CNN, com o Prémio Nelson Mandela de Jornalismo.
Outras categorias do Prémio Nelson Mandela e os respectivos escolhidos podem ser consultados neste link da página do Instituto Mandela no Facebook.