Zâmbia enfrenta surto de cólera

PorSara Almeida,4 jan 2018 15:34

Mercado em Lusaka
Mercado em Lusakasic

Cerca de 2000 casos e quase 50 mortes é, até agora, o balanço de um surto de cólera que começou em Outubro na Zâmbia e que afecta principalmente a província de Lusaka. As escolas foram fechadas por tempo e indeterminado e o exército chamado a limpar as ruas.

As más condições sanitárias têm sido apontadas como a causa principal do surto. Nos mercados de Lusaka, inclusive nos mercados onde se transaccionam alimentos, há falta de instalações sanitárias e escassez de água.

No final do ano, o governo enviou o exército limpar as ruas e os mercados, além de ter proibido expressamente a venda ambulante. A imprensa local referia que actualmente essa última medida – que sempre contou com forte resistência dos vendedores – parece estar a ser cumprida. No entanto, questiona-se por quanto tempo.

Além do lixo e falta de condições dos mercados, a qualidade água da cidade também tem sido apontada como um problema de saúde pública, com matéria fecal (e até de cadáveres humanos) a contaminar as águas subterrâneas. Assim, uma iniciativa que é pedida às autoridades é que regulamente a profundidade dos furos, conforme exorta o Times of Zâmbia.

Escolas encerradas

“Registamos um total de 2047 casos, 2000 dos quais só em Lusaka. Cumulativamente, registamos 50 mortes, com Lusaka contabilizando 47 mortes. Montamos uma abordagem multi-setorial robusta envolvendo vários sectores", disse o Ministro da Saúde, Chitalu Chilufya, citado hoje (4) pelo Zâmbia Reports.

Entretanto, a reabertura de escolas em todo o país foi adiada até novo aviso. O intuito é evitar a contaminação e expansão da epidemia.

"Há crianças que vêm de áreas que estamos descrevendo como epicentros da epidemia e que vão se misturar com crianças de outras áreas. Pode haver contaminação cruzada e isso pode aumentar a epidemia”, precisou, numa declaração conjunta com o ministro da Educação, Dennis Wanchinga.

Embora ainda não haja data para a reabertura, a decisão vai ser revista no dia 30 de Janeiro, após intervenção sanitária nas próprias escolas.

O ministro da Saúde avançou ainda que os cidadãos das áreas afectadas serão vacinados. Nos próximos sete a 10 dias serão vacinadas dois milhões de pessoas, mas o objectivo é chegar aos quatro milhões.

"Isso dar-nos-á a oportunidade de continuar corrigindo a questão do acesso a água limpa e segura. Vamos ter em mente que os factores dessa epidemia incluem o consumo de água e alimentos contaminados, o mau gerenciamento de resíduos e as práticas de higiene pessoal precárias", acrescentou o governante.

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Autoria:Sara Almeida,4 jan 2018 15:34

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  4 jan 2018 15:34

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