"Não apoiamos nem apelamos para um segundo referendo. O que dizemos é que queremos que haja um voto significativo no Parlamento" sobre os termos da saída, afirmou Corbyn numa entrevista à televisão ITV.
O líder trabalhista recusou, contudo, dizer se pode mudar de ideias, e passar a defender um novo referendo, em função dos termos do acordo de rutura entre Londres e Bruxelas.
A questão foi levantada esta semana pelo destacado eurocético e antigo líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP) Nigel Farage, que mostrou abertura à realização de um novo referendo porque, sustentou, serviria para confirmar a vontade dos eleitores britânicos de sair da UE.
Uma sondagem publicada na sexta-feira pelo tabloide Daily Mirror concluiu, no entanto, que, numa nova consulta, mais de metade (55%) dos eleitores votaria pela permanência do Reino Unido na UE.
No referendo realizado em 23 de junho de 2016, 51,9% dos eleitores votou pela saída da UE.
Na perspetiva do regresso da proposta de lei do 'Brexit' à Câmara dos Comuns, Corbyn afastou também a possibilidade de defender que o Reino Unido se mantenha no mercado único depois de sair da União.
Em dezembro, a direção trabalhista instruiu os seus deputados a absterem-se na votação de uma emenda que defendia a manutenção no mercado único, que determina a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais.
Os restantes partidos da oposição -- o Partido Nacionalista Escocês (SNP) os Liberais Democratas, os galeses do Plaid Cymru e o Partido Verde -- pediram ao Partido Trabalhista para apoiar uma moção de apoio à permanência britânica no mercado único e na união aduaneira.
"Instamos o líder do Partido Trabalhista a juntar-se a nós para que possamos mudar o curso perigoso do 'Brexit' que os conservadores estão a promover", explicou o líder liberal-democrata, Vince Cable.
Jeremy Corbyn explicou na entrevista que defende uma "relação especial" com a UE que permita ao Reino Unido ter uma relação comercial "sem tarifas".