O texto, que terá sido concluído no domingo à noite, será apresentado aos militantes do congresso a decorrer em Liverpool na terça-feira e determina: “Se não conseguirmos uma eleição nacional, o Partido Trabalhista deve apoiar todas as restantes opções disponíveis, incluindo fazer campanha por um voto público”.
Porém, a moção não apoia claramente a realização de um novo referendo, como reivindicam o partido dos Liberais Democratas e dos Verdes, bem como algumas figuras do próprio ‘Labour’, como o ‘Mayor’ de Londres, Sadiq Khan.
Em declarações esta segunda-feira à BBC, o porta-voz para os assuntos financeiros, John McDonnell, vincou que um referendo deve ser sobre os termos do acordo e não sobre a hipótese de permanecer na UE.
McDonnell, considerado o número dois do líder, Jeremy Corbyn, reiterou a posição de respeitar o referendo de 23 de Junho de 2016, quando 52% dos eleitores britânicos determinaram que o país deveria sair da UE.
“Se o acordo que Theresa May trouxer de Bruxelas não for aceitável, não passar nos testes que estabelecemos, em especial a protecção dos empregos e da economia, pressionaremos por uma eleição nacional. Se não conseguirmos uma eleição nacional, mantemos na mesa a opção de um voto popular”, vincou.
No domingo, Corbyn já tinha avisado, numa entrevista à BBC, que o partido Trabalhista votaria contra um acordo com o qual não concordasse para forçar o governo a renegociar com Bruxelas.
O governo britânico estipulou 29 de Março de 2019 como a data da saída efectiva do país da UE, mas ainda está a negociar os termos da saída e também da futura relação com os restantes 27 países membros.
Na sexta-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, admitiu que existe um “impasse” e pediu a Bruxelas “respeito”, exigindo que seja apresentada uma contraproposta ao seu plano para criar uma zona de comércio livre para bens e produtos alimentares.