O pagamento da chamada 'factura de saída' é uma condição necessária à negociação de um acordo comercial entre a UE e o Reino Unido, após o divórcio entre os dois blocos e Londres deverá "honrar as obrigações financeiras assumidas enquanto Estado-membro", mesmo que saia sem acordo ('no-deal').
Duas outras condições são fixadas por Bruxelas: a protecção dos cidadãos que beneficiaram do seu direito de livre circulação antes do 'Brexit' e a preservação dos Acordos de Sexta-feira Santa e da paz na ilha da Irlanda, bem como da integridade do mercado interno.
Numa comunicação hoje adoptada sobre o ponto de situação do 'Brexit', o executivo comunitário sublinha que, "considerando a incerteza no Reino Unido sobre a ratificação do Acordo de Saída -- tal como foi negociado com o governo britânico em Novembro de 2018 -- e a situação política interna, um cenário de 'no-deal' em 01 de Novembro de 2019 mantém-se um resultado muito possível, ainda que indesejável".
Em 09 de Junho, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros britânico Boris Johnson e candidato à sucessão de Theresa May à liderança do Governo disse numa entrevista ao jornal britânico Sunday Times que, se for escolhido para o cargo, não pagará a factura de saída acordada com a UE até que Bruxelas conceda melhores condições para o Reino Unido.
A factura do 'Brexit' é o valor que o Governo britânico se comprometeu a pagar quando deixar a UE em termos de responsabilidades adquiridas, incluindo as reformas de funcionários britânicos que trabalharam no bloco da UE.
Londres e Bruxelas estimaram em Dezembro que esse montante é de cerca de 39 mil milhões de libras (40 mil milhões de euros).
O ponto de situação foi hoje divulgado no âmbito do Conselho Europeu de 20 e 21 de Junho.