“Esta tarde, a primeira-ministra aceitou a demissão de Boris Johnson como ministro dos Negócios Estrangeiros. O seu substituto será anunciado em breve. A primeira-ministra agradece a Boris pelo seu trabalho”, disse um porta-voz.
A demissão de Boris Johnson, que ainda não tornou públicas as suas razões, aumenta a pressão sobre a primeira-ministra, Theresa May, alvo de críticas de alguns deputados a favor de um divórcio mais radical com a UE.
Na sexta-feira, o Governo anunciou ter chegado a consenso sobre uma proposta de criar uma zona de comércio livre entre o Reino Unido e a UE ao aderir às regras europeias.
Hoje, o antigo líder do partido eurocéptico UKIP, Nigel Farage, tinha desafiado através da rede social Twitter aquele que foi um dos mais destacados defensores da saída do Reino Unido da UE.
“Boris Johnson agora tem a oportunidade de salvar o ‘Brexit’, ele será um herói se se afastar da traição da confiança dos eleitores”, afirmou, ao denunciar o acordo como uma deslealdade para com os eleitores que votaram o ‘Brexit’.
David Davis havia invocado discordar com o plano revelado na sexta-feira, referindo que deixa o país “na melhor das hipóteses, numa posição de negociação fraca, e possivelmente inaceitável”.
O secretário de Estado para a Saída da UE, Steve Baker, também apresentou a sua demissão, na sequência da saída de Davis.
A primeira-ministra tinha previsto para estar tarde uma intervenção no parlamento a propósito dos planos apresentados na sexta-feira, seguindo por uma reunião com os deputados do partido Conservador.
Se 48 deputados formalizarem o seu descontentamento, May poderá ser alvo de uma moção de censura dentro do partido.