Rosado foi um dos entrevistados da última edição do Panorama 3.0 da Rádio Morabeza, onde os 100 dias de governação de João Lourenço estiveram em análise.
“Naturalmente que em 100 dias não se poder fazer muito. Pode dar-se sinais e esses sinais são positivos, sobretudo no combate à corrupção, do nepotismo, na introdução de novos métodos, acabar com os monopólios, promover a concorrência na economia. Agora, por enquanto, nós temos apenas promessas. Há alguns casos concretos sobretudo na concorrência, mas vamos ter que esperar para ver”, defende.
O presidente de Angola, João Lourenço completou 100 dias de governação no dia 4 de Janeiro. Nesse tempo, o chefe de Estado fez cerca de 300 nomeações e várias dezenas de exonerações na administração pública.
O jornalista diz que o chefe de Estado angolano não deve ser avaliado pelas exonerações, nem pelas nomeações.
Decisões impopulares, mas necessárias
O facto de Angola depender muito do petróleo é apontado como um problema que João Loureço vai ter que enfrentar. Aumento de impostos, corte em algumas despesas e aumento das taxas de juros para tentar controlar a inflação são algumas medidas tomadas para se restabelecer a estabilidade macroeconómica. Carlos Rosado diz que são decisões impopulares mas necessárias.
“Resumindo, João Lourenço encontrou uma situação muito difícil, as medidas que ele tomou, nomeadamente no Orçamento, num programa de ajustamento que apresentou, normalmente são aquelas que toda a gente recomenda. É preciso reduzir o défice público e para essa redução ou aumenta-se as receitas e diminui-se as despesas ou faz-se as duas coisas ao mesmo tempo. São medidas que são muito impopulares mas que são, de alguma maneira, inevitáveis para criar condições para um crescimento sustentável no futuro”, diz.
Carlos Rosado nota uma mudança de atitude na forma de governar Angola mas diz que não é suficiente. É preciso corresponder às expectativas.