"Existe interesse em cada vez aprofundarmos mais as relações com os outros países da CPLP e estamos a fazê-lo", afirmou Ana Paula Vitorino, em Faro, lembrando, contudo, que o estabelecimento de futuros acordos "tem que ter a concordância" da Comissão Europeia.
A governante, que falava à margem do I Congresso de Biologia Marinha dos Países de Expressão Portuguesa, na Universidade do Algarve, lembrou que Portugal já tem acordos bilaterais com todos os países da CPLP, assim como uma estratégia comum para o desenvolvimento da economia do mar.
"Relativamente a acordos sobre pescas temos aqui uma limitação que resulta do facto de pertencermos à UE", reconheceu, embora sublinhando que isso "não impede" que exista colaboração em vários domínios, não só em termos da gestão de frotas, como na existência de armadores mistos.
Ana Paula Vitorino disse ainda que a colaboração entre os países da CPLP vai sendo alargada em matérias que as pessoas "tradicionalmente não associam à pesca", como a qualidade da água ou a recolha de lixo, exemplificou.
"Achamos que a pesca é só quantidades que se podem pescar e as frotas que temos disponíveis para o fazer, mas cada vez mais é importante a qualidade das águas" e a sua influência na qualidade e quantidade de pescado, concluiu.
Ana Paula Vitorino interveio na sessão de abertura do I Congresso de Biologia Marinha dos Países de Expressão Portuguesa, que decorre até sexta-feira na Universidade do Algarve sob o lema “Uma ponte entre mares”.
Este primeiro congresso terá como foco a disseminação da ciência marinha feita em português, assim como a construção de uma rede internacional de investigadores.
Está prevista a participação de membros da comunidade científica oriundos do Brasil, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola e Cabo Verde.
O congresso é organizado pela Universidade do Algarve e pelo seu Centro de Ciências do Mar.