A situação é "uma questão preocupante" num continente com 1,7 mil milhões de pessoas, como referiu o director-geral adjunto para África da FAO, Bukar Tijani, em conferência de imprensa sobre África na capital sudanesa, Cartum, organizada pela Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Em África, a "subnutrição passou de 21% para 23% entre 2015 e 2016", acrescentou Tijani, salientando que, "o número de pessoas subnutridas aumentou de 200 a 224 milhões no mesmo período".
"É uma questão de preocupação para todos nós", reiterou o director-geral adjunto para África da FAO, no primeiro de cinco dias de conferência na capital sudanesa, para discutir os meios de erradicação da fome e a insegurança alimentar no continente.
O aumento da insegurança alimentar é devido às alterações climáticas, com uma sequência de catástrofes naturais (inundações, seca e más colheitas) e aos conflitos, como na Somália, no Sudão do Sul e na República Centro Africana.
Tijani referiu que, nestes países, "mesmo quando a alimentação está disponível, os alimentos são (frequentemente) muito caros e pode atingir áreas de conflito".
O crescimento económico em África está a aumentar e os mercados agrícolas e de alimentos devem chegar a mil milhões de dólares (805 milhões de euros) até 2030, segundo estimativas, criando oportunidades para novos investimentos.