O assunto foi já abordado na segunda-feira, em Luanda, pela Comissão Nacional de Protecção Civil, do Ministério do Interior, da qual fazem parte outros 25 ministérios e parceiros sociais nacionais e internacionais.
"As autoridades angolanas, em conjunto com os parceiros sociais, nacionais e internacionais, têm adoptado medidas preventivas urgentes para que Angola não seja assolada pela referida epidemia, considerando os elevados fluxos migratórios ao longo da fronteira", anunciou, no encontro, o secretário de Estado para o Asseguramento Técnico, do Ministério do Interior, Hermenegildo José Félix.
Desde 08 de Maio, a epidemia de Ébola na RDCongo já provocou mais de duas dezenas de vítimas mortais, sendo Angola, segundo a Organização Mundial de Saúde, um dos países de risco de propagação, por partilhar uma linha de fronteira de mais de 1.000 quilómetros.
Angola garante que começou a monitorizar a temperatura de quem entra no país pelas fronteiras fluviais, terrestres e aéreas, nomeadamente com a RDCongo, para descartar os casos de febre - um dos sintomas -, que são colocados sobre observação médica.
"Deste ponto de vista, as forças do Ministério do Interior destacadas nas zonas fronteiriças estão orientadas a reforçar a vigilância nos postos de entrada", afirmou Hermenegildo José Félix.
A epidemia de Ébola teve início a 08 de Maio em Bikoro, 600 quilómetros ao norte de Kinshasa, capital da RDCongo, e já se espalhou para a cidade de Mbandaka, com 1,2 milhões de habitantes.
Um padre católico foi colocado em quarentena após ter sido contaminado em Mbandaka.
O número dois da Igreja Católica congolesa, Fridolin Ambongo, mostrou-se preocupado com um possível "pico de novos casos" de Ébola no noroeste do país.
"A situação é muito preocupante: 25 mortes, 54 casos registados, incluindo 35 positivos, e o número vertiginoso de 1.139 pessoas que estiveram em contacto com um paciente ou um cadáver", declarou Ambongo num comunicado, no regresso de uma visita de três dias à região de Mbandaka e Bikoro, o epicentro da epidemia.