A revista às casas da agora senadora foram solicitadas pelo juiz Claudio Bonadio uma vez que a mesma encontrava-se protegida pelos privilégios definidos pelo senado. Uma primeira sessão para avaliar o pedido tinha sido programada na semana passada mas, acabou por não acontecer por falta de quórum.
Conforme o G1, antes da votação o assunto foi debatido pelos senadores, estando presente Cristina Kirchner que também interveio como oradora numa sessão durante 45 minutos, tendo afirmado que não terá arrependimentos. Na sessão, que durou mais de seis horas, os 66 senadores que participaram votaram unanimemente a favor do pedido do juiz Claudio Bonadio.
"Não é verdade que em 2001 um senador tenha sofrido uma invasão pelo escândalo dos subornos, esta é a primeira vez que casas de um senador serão revistadas. Nem mesmo no maior escândalo, onde os dois principais partidos foram acusados de receber suborno para aprovar uma lei, a casa de qualquer senador foi revistada, a única coisa que foi feita foi uma inspeção ocular pelo juiz Liporace", disse Cristina Kirchner.
Horas antes do debate, que ocorreu na terça-feira, um grupo de manifestantes posicionou-se frente ao Congresso argentino para exigir que os senadores retirassem a imunidade parlamentar à ex-presidente e autorizassem as revistas às casas da mesma.
A investigação em curso vem na sequência do apelidado "Escândalo dos cadernos" que se refere a eventuais subornos feitos por grandes empresários com o fim de conseguir contratos para obras públicas. Isso entre 2005 e 2015. Um ex-motorista do Ministério de Planejamento (que gere as obras públicas) terá dado depoimentos em como durante 10 anos terá percorrido Buenos Aires a fazer entregas de milhões de dólares.
“O apartamento de Kirchner em Buenos Aires, assim como a casa presidencial de Olivos e a Casa Rosada, sede do governo, aparecem nesses cadernos como pontos de entrega das sacolas”, escreve o G1.
Para além de Kirchner, outros políticos estão envolvidos porém nenhum num cargo tão elevado. Ex-funcionários do seu governo bem como do governo do seu marido (20003-20007), Nestor Kirchner, tomaram a iniciativa de fazer confissões á Justiça, declarando-se arrependidos.
Cristina Kirchner tem manifestado sentir-se perseguida como política já que, para além da actual investigação, estar envolvida em outros cinco processos judiciais com acusações que vão de alegado enriquecimento ilícito a suposto encobrimento de um grupo de iranianos acusados de um atentado ocorrido em 1994, que deixou 85 mortos e 300 feridos.