Em 2017 morreram 5,4 milhões de crianças com menos de cinco anos, menos de metade dos 12,6 milhões de óbitos registados em 1990, segundo o documento do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Organização Mundial da Saúde, Divisão da ONU para a População e Banco Mundial.
A maior quantidade de mortes (2,5 milhões) ocorreu no primeiro mês de vida, com mais 1,6 milhões a ocorrerem entre um e 11 meses e outros 1,3 milhões entre um e quatro anos. Entre 5 e 14 anos morreram mais 900 mil crianças no ano em causa.
No documento salientou-se que "estas mortes reflectem o acesso limitado de crianças e comunidades a condições básicas de saúde, como vacinação, tratamento médico de doenças infecciosas, alimentação adequada, água limpa e saneamento".
Os autores do texto salientaram que "é inaceitável que 15 mil crianças tenham morrido todos os dias em 2017, na sua maioria de causas evitáveis e doenças tratáveis".
Metade das mortes ocorreu na África subsariana e 30% no sudeste asiático.
"As crianças estão a morrer por causa do que são e do ambiente em que nasceram, sejam famílias pobres ou comunidades marginalizadas", apontou-se na análise.
Em particular, as crianças nascidas em famílias pobres têm o dobro da possibilidade de morrer do que se tiverem nascido em famílias abastadas, o risco de morte nas áreas rurais é 1,5 vezes superior ao das áreas urbanas e os filhos de mães sem educação têm uma probabilidade 2,6 vezes superior de morrer do que se fossem filhos de mães com o ensino secundário ou superior. A qualidade do ar também discrimina nestas mortes, em particular em algumas regiões da África subsariana.
Se a tendência actual se mantiver, os autores do documento estimam que entre 2018 e 2030 vão morrer mais 56 milhões de crianças, metade das quais recém-nascidas.
Entre os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), os números indicam uma tendência generalizada de melhoria, mas com situações diferentes.
Assim, em relação a crianças mortas com menos de cinco anos por mil nados vivos, Portugal passou de 15 em 1990 para quatro em 2017.
Entre os outros integrantes da CPLP a situação pior é a da Guiné-Bissau, que passou de 224 para 84, e a melhor a do Brasil, que reduziu de 63 para 15. No meio estão Angola (de 224 para 81), Moçambique (de 240 para 72), Timor-Leste (de 174 para 48) e Cabo Verde, que passou