"O diálogo e a escuta devem encontrar o seu lugar no nosso país", escreveram os sindicatos CFDT, CGT, FO, CFE-CGC, CFTC, UNSA e FSU, à saída de um encontro conjunto na sede da CFDT.
"Por isso, as nossas organizações rejeitam todas as formas de violência na expressão das reivindicações", acrescentaram.
A união sindical 'Solidaires', também presente na reunião, demarcou-se da declaração comum, inédita para os sindicatos franceses.
"Hoje, num clima muito deteriorado, a mobilização dos 'coletes amarelos' permitiu a expressão de um descontentamento legítimo. O governo, com muito atraso, abriu finalmente as portas ao diálogo", consideraram os sindicatos.
Perda de poder de compra, salários, habitação, transportes, presença e acessibilidade dos serviços públicos e fiscalidade devem "ter soluções concretas, criando as condições sociais de uma transição ecológica eficaz e justa", segundo a declaração.
Os sete sindicatos apelaram ainda ao governo para que "garanta verdadeiras negociações" sobre estas questões.
Muitos franceses, envergando 'coletes amarelos', estão a manifestar-se nas ruas há três semanas, bloqueando rotundas e autoestradas, primeiro para exigir a suspensão de um novo imposto sobre os combustíveis, mas depois também para denunciar o aumento de preços e a perda de poder de compra.
No sábado, as manifestações de Paris degeneraram em violência, com carros incendiados e montras partidas, tendo resultado na detenção de mais de 400 pessoas.
A polícia francesa fala de actos de violência de "gravidade sem precedentes", e o governo disse já ter motivos "para temer uma grande violência" em novas manifestações marcadas para o próximo sábado.
A ministra do Interior francesa, Jacqueline Gourault, advertiu hoje para a existência de manifestantes violentos entre os denominados "coletes amarelos" que querem "que a França caia no caos".
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anulou, entretanto, a taxa sobre combustíveis em vez de a suspender durante seis meses, como tinha sido anunciado na terça-feira, numa tentativa de aplacar as manifestações.
Com este novo anúncio, o Governo francês pretende evitar que se repitam no próximo sábado as cenas de guerrilha urbana dos protestos do passado dia 1 de Dezembro em Paris.