Desde o início do dia que há dezenas de estradas cortadas em toda a Catalunha por grupos radicais de separatistas e vários milhares de pessoas que estão concentrados de forma mais ou menos pacífica em redor do local do Conselho de Ministros.
A polícia regional (Mossos d'Esquadra) já teve de intervir contra um grupo de radicais dos CDR (Comités de Defesa da República) que tentou ultrapassar o forte cordão policial instalado perto da conhecida Avenida das Ramblas e do local da reunião.
O Conselho de Ministros começou cerca das 10:00 (08:00 em Cabo Verde) no Palácio da Llotja de Mar e deverá aprovar, entre outras medidas, o aumento do salário mínimo para 900 euros, uma subida de 2,25 no salário dos funcionários públicos e investimentos em infra-estruturas catalãs reclamadas há muito.
Esta situação de tensão em Barcelona e um pouco por todo o território da Catalunha contrasta com o reinício das conversações entre o Governo central e o executivo regional independentista decidido na quinta-feira à noite numa reunião entre o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e o presidente catalão, Quim Torra.
O grupo radical separatista denominado Comités de Defesa da República (CDR), conhecidos pela realização de acções contra a ordem pública, como o corte de vias, convocou através das redes sociais os seus fiéis à "batalha" para impedir a reunião.
Por seu lado, o movimento cívico independentista Ómnium Cultural já iniciou numa das manifestações que está a ter lugar em Barcelona o que chamou um "Conselho Popular de Ministros" como forma de protesto "pacífico".
A associação separatista ANC (Assembleia Nacional Catalã) também lançou um apelo aos seus militantes para bloquear com os seus veículos as ruas de Barcelona e marcou uma grande manifestação para as 18:00 (16:00 em Lisboa).
O processo de independência da Catalunha foi interrompido em 27 de Outubro de 2017, quando o Governo central espanhol decidiu intervir nessa Comunidade Autónoma na sequência da realização de um referendo de autodeterminação organizado pelo executivo regional independentista em 01 de Outubro do mesmo ano, que foi considerado ilegal.
As eleições regionais, que se realizaram a 21 de Dezembro de 2017, voltaram a ser ganhas pelos partidos separatistas que continuam a defender a criação de uma República independente.