"Não oferecemos a renegociação e uma renegociação não está em cima da mesa", disse Varadkar na Câmara Baixa do Parlamento irlandês, após a votação dos legisladores britânicos para uma emenda para novas negociações, em particular, sobre a questão da fronteira irlandesa.
A Irlanda junta-se a outros países, como a França e a Alemanha, que deixaram claro que os termos do tratado entre a UE e o Reino Unido não são mais negociáveis. O porta-voz do presidente do Conselho Europeu (Donald Tusk) mostrou a mesma firmeza na noite de terça-feira.
A mensagem da UE é "clara", de acordo com Leo Varadkar, que deve falar por telefone, na tarde de hoje, com Theresa May.
"O acordo de saída (...) não será reaberto" e "não há razão para se organizar uma cimeira excepcional" da UE.
O parlamento britânico aprovou, na noite de terça-feira, uma proposta do deputado Graham Brady que preconiza a substituição do 'backstop' inscrito no acordo de saída do Reino Unido do bloco comunitário por "disposições alternativas" que evitem o regresso de uma fronteira física entre a República da Irlanda, Estado-membro da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte.
A emenda apresentada por Graham Brady foi aprovada por 317 votos, com 301 parlamentares a votarem contra.
Durante o debate que antecedeu o voto, a primeira-ministra britânica, Theresa May, admitiu querer reabrir o acordo de saída que assinou em Novembro com a União Europeia, apesar da oposição reiteradamente vincada pelos líderes europeus.
Os chefes de Estado e de Governo dos 27, assim como o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o do Conselho Europeu, têm repetido insistentemente que não vão reabrir as negociações do acordo, que é "o melhor e único possível".
Também os chefes de Estado e de Governo dos países do sul da União Europeia, reunidos em Nicósia (Chipre), subscreveram terça-feira uma declaração comum em que fecham a porta a uma renegociação do acordo de saída do Reino Unido do bloco comunitário, defendendo "firmemente" o texto já endossado pelos líderes dos 27 numa cimeira extraordinária em 25 de Novembro.
Esta posição foi subscrita pelo primeiro-ministro português, António Costa, e pelos chefes de Estado e de Governo da França (Emmanuel Macron), Itália (Giuseppe Conte), Grécia (Alexis Tsipras), Malta (Joseph Muscat) e Chipre (Nicos Anastasiades).