Os dados são da Agência Internacional para Pesquisa sobre Cancro (IARC). Esta sexta-feira, 15 de Fevereiro, assinala-se o Dia Internacional de Combate ao Cancro Infantil.
Em nota, a IARC diz que “o cancro continua a ser raro em crianças" e, nos países ricos, 80% dos pacientes podem ser curados. Quando existem poucos recursos, as taxas de sobrevivência descem para apenas um quarto deste número. Entre as causas para a discrepância de números estão a falta de conhecimento dos profissionais de saúde, bem como a falta de infra-estruturas, equipamentos de diagnóstico e tratamento adequados. A agência afirma que “o país de residência é a melhor forma de prever resultados para crianças com cancro.”
Em comparação com adultos, as crianças são afretadas por diferentes tipos desta doença. Quase metade dos casos acontece nas células sanguíneas, como leucemia e linfoma. Outros tipos comuns são tumores do sistema nervoso central.
International Childhood Cancer Day 2019: IARC and WHO join forces to reduce inequalities in childhood cancer - IARC
To help better understand and fight childhood cancer, the International Agency for Research on Cancer (IARC) has joined the recently formed World Health Organization (WHO) Global Initiative for Childhood Cancer. The Global Initiative seeks to reduce inequalities in access to diagnosis and in quality of treatment, and thus improve treatment outcomes for all children, especially those living in countries with limited resources.
A IARC faz agora parte da recém-formada Iniciativa Global para o Cancro Infantil, da Organização Mundial de Saúde (OMS). A iniciativa procura reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e na qualidade do tratamento, bem como melhorar os resultados do tratamento para todas as crianças, especialmente as que vivem em países com recursos limitados.
A disponibilização de dados sobre o tema é fundamental para entender e combater a doença. Apesar disso, estes recursos são escassos em muitos países e regiões. Em África, por exemplo, a informação sobre a prevalência de casos de cancro em crianças está disponível, apenas, para 5% do total de população infantil do continente. Dados sobre sobrevivência são ainda mais raros.
A cientista da IARC, Eva Steliarova-Foucher, explica que a agência “oferece um valioso apoio técnico para ajudar os países a construir sistemas de informação e usar dados sobre incidência, sobrevivência e mortalidade.”
No âmbito da Iniciativa Global, a IARC vai ajudar a identificar barreiras e desafios e recomendar novas abordagens para melhorar a qualidade dos dados recolhidos.
"Muitos países desconhecem a extensão do peso do câncer infantil", afirma Elisabete Weiderpass, directora da IARC.
“A falta de dados de alta qualidade impede que os governos identifiquem políticas eficientes de saúde pública e respondam às necessidades dos pacientes", comenta.
A Iniciativa Global pretende alcançar uma taxa de sobrevivência de pelo menos 60% para crianças em todo o mundo, até 2030. A meta representa cerca do dobro da taxa de sobrevivência actual, o que pode salvar cerca de 1 milhão de vidas na próxima década.