Ex-cardeal McCarrick expulso do sacerdócio por abusos sexuais de menores

PorExpresso das Ilhas, Lusa,16 fev 2019 11:40

O Vaticano anunciou, hoje que a Congregação para a Doutrina da Fé expulsou do sacerdócio o ex-cardeal e arcebispo emérito de Washington Theodore McCarrick, depois de este ser acusado de abusos sexuais de menores e seminaristas.

O gabinete de imprensa da Santa Sé afirma, num comunicado que a decisão da Congregação para a Doutrina da Fé surge na sequência de uma investigação ordenada pelo Papa Francisco sobre o caso.

O Papa já tinha afastado o arcebispo norte-americano do Colégio Cardinalício e tinha-lhe ordenado que permanecesse afastado de funções e recolhido até que se decidisse num julgamento canónico a veracidade das acusações de abusos sexuais de que era alvo.

Ainda de acordo com o comunicado divulgado hoje, a Congregação para a Doutrina da Fé considera McCarrick culpado de acusações sexuais de menores e adultos com a agravante de abusos de poder e por isso impôs-lhe a redução ao estado laico.

"O Santo Padre reconheceu a natureza definitiva, de acordo com a lei, desta decisão, que faz com que o caso esteja resolvido, ou seja, não suscetível de recurso", adianta.

A redução ao estado laico prevê que não se possa administrar sacramentos, vestir-se como um sacerdote e receber qualquer tipo de salário.

McCarrick, de 88 anos e arcebispo de Washington entre 2000 e 2006, foi acusado de abusar sexualmente de menores e de comportamentos indevidos com jovens sacerdotes.

Em 20 de Julho um homem rompeu o silêncio depois de 40 anos e assegurou ao jornal norte-americano "The New York Times" que o ex-cardeal tinha abusado dele quando era menor de idade, uma situação que presumivelmente se terá prolongado durante duas décadas.

A decisão da Congregação para a Doutrina da Fé surge poucos dias antes da realização no Vaticano de uma cimeira histórica contra os abusos de menores com a participação de religiosos que foi convocada por Jorge Bergoglio para 21 e 24 de Fevereiro.

McCarrick (Nova Iorque, 1930) foi ordenado cardeal por João Paulo II e participou no conclave de abril de 2005 que elegeu o pontífice Bento XVI.

A perda do 'barrete cardinalício' só teve um único precedente na história da Igreja católica, designadamente em 13 de Setembro de 1927 e não estava relacionada com os abusos sexuais, quando o cardeal Louis Billot que tinha apoiado o movimento antifascista e antissemita "Action Française", foi condenado por Pío XI e depois de ser recebido pelo Papa deixou o cargo.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,16 fev 2019 11:40

Editado porDulcina Mendes  em  7 nov 2019 23:21

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