Segundo um novo relatório anunciado pelo ministro de Administração Territorial, "houve 62 mortes, das quais 32 por ataques dos terroristas e 30 por causa de conflitos na comunidade, represálias entre [comunidades] Kouroumba, Peuls, Mossis", disse o ministro Sawadogo na televisão.
Os 'jihadistas' "perseguiram pessoas e cometeram assassínios e os terroristas também sequestraram nove pessoas", adiantou.
No domingo à noite, homens armados entraram na aldeia de Hamkan, localizada a sete quilómetros de Arbinda e mataram o xeque (líder religioso) da aldeia, o seu filho mais velho e um sobrinho, relatou o governante.
"Após o assassinato do xeque Werem, houve confrontos entre habitantes da comunidade de Arbinda, o que levou a uma retaliação entre ambos os lados", disse o ministro Sawadogo, lamentando a "triste situação".
"A situação de segurança é tal que ninguém está seguro (...). Um dispositivo adicional [de segurança] foi enviado para Arbinda", adiantou o ministro.
No Burkina Faso, como no Mali, as tensões escalam periodicamente, com violência entre Peul, tradicionalmente pastores, nómadas e muçulmanos de toda a África Ocidental, e os agricultores indígenas.
Alguns membros da comunidade Fulani juntaram-se a grupos 'jihadistas'. Não é incomum confrontos entre Fulani e 'jihadistas' e represálias sangrentas no meio do conflito inter-comunal.
Esses incidentes ocorreram poucos dias após o massacre de cerca de 160 habitantes de Fulani, no vizinho Mali, em 23 de Março.
"A intenção dos terroristas é apenas um conflito entre as diferentes comunidades que vivem em simbiose", referindo Sawadogo, alertando o povo "para não cair na armadilha".
Confrontado por quatro anos de ataques 'jihadistas' cada vez mais frequentes e mortais, o Burkina Faso também regista confrontos intercomunitários.