Mais de 60 mortos em confrontos e ataques jihadistas no Burkina Faso

PorExpresso das Ilhas, Lusa,4 abr 2019 7:44

Sessenta e duas pessoas foram mortas entre domingo e quarta-feira em ataques 'jihadistas' seguidos de confrontos intercomunitários na comuna de Arbinda, a norte de Burkina Faso, na fronteira com o Mali, segundo um relatório hoje divulgado.

Segundo um novo relatório anunciado pelo ministro de Administração Territorial, "houve 62 mortes, das quais 32 por ataques dos terroristas e 30 por causa de conflitos na comunidade, represálias entre [comunidades] Kouroumba, Peuls, Mossis", disse o ministro Sawadogo na televisão.

Os 'jihadistas' "perseguiram pessoas e cometeram assassínios e os terroristas também sequestraram nove pessoas", adiantou.

No domingo à noite, homens armados entraram na aldeia de Hamkan, localizada a sete quilómetros de Arbinda e mataram o xeque (líder religioso) da aldeia, o seu filho mais velho e um sobrinho, relatou o governante.

"Após o assassinato do xeque Werem, houve confrontos entre habitantes da comunidade de Arbinda, o que levou a uma retaliação entre ambos os lados", disse o ministro Sawadogo, lamentando a "triste situação".

"A situação de segurança é tal que ninguém está seguro (...). Um dispositivo adicional [de segurança] foi enviado para Arbinda", adiantou o ministro.

No Burkina Faso, como no Mali, as tensões escalam periodicamente, com violência entre Peul, tradicionalmente pastores, nómadas e muçulmanos de toda a África Ocidental, e os agricultores indígenas.

Alguns membros da comunidade Fulani juntaram-se a grupos 'jihadistas'. Não é incomum confrontos entre Fulani e 'jihadistas' e represálias sangrentas no meio do conflito inter-comunal.

Esses incidentes ocorreram poucos dias após o massacre de cerca de 160 habitantes de Fulani, no vizinho Mali, em 23 de Março.

"A intenção dos terroristas é apenas um conflito entre as diferentes comunidades que vivem em simbiose", referindo Sawadogo, alertando o povo "para não cair na armadilha".

Confrontado por quatro anos de ataques 'jihadistas' cada vez mais frequentes e mortais, o Burkina Faso também regista confrontos intercomunitários.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,4 abr 2019 7:44

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  2 jan 2020 23:21

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