Num comunicado, a Casa Civil do Presidente da República angolano refere que a "surpreendente decisão" de José Eduardo dos Santos utilizar o voo comercial da TAP, "em detrimento da própria companhia de bandeira TAAG", não respeita o protocolo, situação que levou o próprio João Lourenço a deslocar-se à residência do ex-chefe de Estado, em Luanda, para o demover da pretensão.
"A surpreendente decisão do ex-Presidente da República se fazer transportar em aeronave comercial estrangeira, em detrimento da própria companhia de bandeira TAAG na sua deslocação à Europa, contraria diligências protocolares e logísticas desencadeadas pelo Estado angolano nas últimas semanas, que pôs à sua disposição uma aeronave compatível com o seu estatuto", lê-se no documento.
"Tão logo o Executivo soube da intenção, por parte do ex-Presidente da República, de rejeitar a utilização do meio aéreo contratualizado, foram accionados todos os canais de diálogo e persuasão em ordem a prevalecer as normas e os princípios de protocolo atendíveis, sem que, contudo, tais esforços desembocassem numa solução para o impasse", acrescenta o comunicado.
"Nem mesmo depois de hoje, pelas 17h00 [15h00 em Cabo Verde], o Presidente da República, João Lourenço, se ter deslocado e falado com o ex-Presidente na residência deste, ao Miramar", lê-se ainda.
José Eduardo dos Santos (Presidente de Angola entre 1979 e 2017) desloca-se a Espanha para "exames médicos de rotina" e manteve a decisão de partir hoje de manhã na transportadora portuguesa TAP.
"Entretanto, e respeitando em rigor o normativo que define os direitos e regalias dos antigos Presidentes da República, o Executivo assegurou todos os aspectos logísticos e financeiros relacionados com a atenção médica a que se submeterá o ex-Presidente José Eduardo dos Santos em Espanha", acrescenta-se no comunicado.
"O Executivo lamenta profundamente tal atitude, cujas consequências não são da sua responsabilidade", termina o documento.