Os especialistas pediram, na sexta-feira, aos membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU, abertura de um inquérito sobre as graves violações de direitos humanos, notando em particular "o grande número de pessoas mortas pela polícia no quadro da alegada luta contra o tráfico de droga".
Segundo dados oficiais, mais de 5.300 suspeitos foram mortos pela polícia desde o início da "guerra contra a droga", lançada pelo presidente Rodrigo Duarte após a sua eleição, há três anos.
Os defensores dos direitos humanos estimam que o número real seja três vezes mais elevado.
Este apelo dos especialistas da ONU "é não só idiota, mas uma ingerência inadmissível na soberania das Filipinas", afirmou hoje, em comunicado, o porta-voz da Presidência filipina Salvador Panelo.
O responsável acusa estes especialistas de "difundirem informações parciais e absolutamente falsas", antes de sublinhar que, nas Filipinas, "aqueles que falam contra a campanha antidroga e acusam o presidente de violações dos direitos humanos foram rejeitados pelo eleitorado filipino".
Os aliados do Presidente venceram as eleições no mês passado, assumindo o controle do Senado e da Câmara dos Representantes.
A "guerra contra a droga" é a bandeira política do Presidente Duterte, que a defende vigorosamente contra todas as acusações vindas do exterior.
Os seus críticos consideram que esta luta se tornou uma "guerra contra os pobres", alimentando um clima de ilegalidade e impunidade no país.