“Nós já temos as coisas avançadas, bastante delineadas para avançarmos e concluirmos este processo o quanto antes possível e procedermos à assinatura já em Novembro como está previsto”, disse o ministro das Obras Públicas, Infraestruturas e Recursos Naturais, Osvaldo Abreu.
“Nós temos o bloco 2, que está nas listas da Guiné Equatorial há já algum tempo com alguns estudos 3D já feitos em termos de sísmicas e tem o bloco G22. É um processo que, da nossa parte, tem todas as condições criadas para que avance e os papéis respectivos estão a ser preparados para enviar à Guiné Equatorial”, acrescentou o ministro.
Segundo o governante, a data para a assinatura desses acordos foi proposta pelo ministro das Minas e Hidrocarboneto da Guiné Equatorial, Gabriel Obiang Lima, que efectuou sexta-feira uma visita de trabalho de algumas horas a São Tomé e Príncipe.
“Fizemos bom acolhimento destas propostas que nos foram apresentadas, já aceitamos o desafio, estamos a preparar as equipas que já estão formadas com responsáveis indicados para começar a trabalhar para que possamos assinar o acordo já em Novembro”, garantiu o governante.
Durante a sua estada no país, o ministro equato-guineense avançou quatro propostas às autoridades são-tomenses: exploração conjunta de petróleo na fronteira comum, inclusão de São Tomé e Príncipe na exploração de gás entre os quatro países do Golfo da Guiné, designadamente, Guiné Equatorial, Camarões, Nigéria e São Tomé e Príncipe.
“Temos uma fronteira marítima que tem blocos em actividade conjunta. Da parte da Guiné equatorial temos levado a cabo muitas actividades de perfuração, produção e sísmicas e queremos que o mesmo seja feita com a parte de São Tomé e Príncipe”, disse Gabriel Obiang Lima.
Relativamente a exploração de gás, o responsável equato-guineense explicou que se está a trabalhar o que designa de gás Megaap, uma reserva de gás do Golfo da Guiné.
"Chamamos esse projecto de gás megaap Obiang Nguema Basogo, um projeto no qual estamos a recopilar o gás da Guiné Equatorial, dos Camarões da Nigéria e porque não de São Tomé e Príncipe”, destacou.
Gabriel Obiang Lima salientou ainda que o gás é mais difícil de explorar mas que o seu país tem infraestruturas.
“Temos uma unidade fabril de gás líquido, uma de metanol, outras de electricidade e de condensador. Acreditamos que podemos tirar mais gás para ser processado e os proprietários desse gás podem recebê-lo em gás líquido ou como o queiram”, explicou.
A formação de quadros são-tomenses em universidades da Guiné Equatorial e a participação do arquipélago numa feira de petróleo e gás no país vizinho a realizar em Outubro e Novembro foram igualmente outras das propostas.
“A Guiné Equatorial acaba de inaugurar um instituto tecnológico onde equato-guineenses estão a receber formação no sector petrolífero, energia e mineiro. Acreditamos ser pertinente poder formar também são-tomenses”, referiu o ministro equato-guineense.
Em Outubro e Novembro a Guiné Equatorial vai ser o ponto focal de actividades de conferências e serviços, petróleo e gás e nesse âmbito, convidou as autoridades são-tomenses “para aproveitar a oportunidade e promover as actividades petrolíferas de São Tomé”.