O teste da vacina da Janssen Pharmaceuticals deverá durar dois anos, revelou esta segunda-feira, em comunicado, o Conselho de Pesquisa Médica (CPM) do Uganda.
A investigação é apoiada pela organização Médicos Sem Fronteiras e pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, sendo conduzida no terreno por investigadores ugandeses.
O teste envolve perto de 800 pessoas, sobretudo pessoal médico e profissionais que se encontram na primeira linha do combate ao surto, como agentes de limpeza, tripulantes de ambulâncias, agentes funerários e coveiros, no distrito de Mbarara, no oeste do Uganda.
“Estamos a conduzir, neste momento, um exercício de vacinação em Mbarara “, revelou à agência France-Presse o porta-voz do CPM, Nabukenya Wairagala.
A epidemia do vírus está localizada nas províncias de Kivu Norte e Ituri da RDCongo e já se converteu na pior da história do país e na segunda mais grave do mundo, apenas ultrapassada pela que se registou na África Ocidental em 2014, com mais de 11.000 mortos.
O vírus do Ébola transmite-se através do contacto direto com sangue e os fluidos corporais contaminados, provoca febre hemorrágica e pode chegar a alcançar uma taxa de mortalidade de 90% se não for tratado a tempo.
Segundo o mais recente boletim oficial do Ministério da Saúde da RDCongo, datado de 01 de agosto, as autoridades sanitárias congolesas referem que o número acumulado de casos é de 2.713, dos quais 2.619 confirmados laboratorialmente e 94 prováveis. No total, houve 1.823 mortes (1.729 confirmadas e 94 prováveis) e 782 pessoas foram curadas.
Há ainda 423 casos suspeitos sob investigação, 13 novos casos confirmados, incluindo cinco em Beni, dois em Mabalako, dois em Mandima, um em Nyiragongo (Goma), um em Vuhovi, um em Katwa e um em Mutwanga.
Desde que a epidemia do vírus foi declarada no país, já foram vacinadas 181.389 pessoas.
Desde o início das atividades de controlo, 149 agentes sanitários foram infectados pelo vírus, tendo morrido 41 desde 01 de agosto de 2018.
O director-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou no dia 17 de Julho o estado de emergência internacional na RDCongo devido ao Ébola.