“Podemos pensar na vida destas pessoas que tiveram que se esconder para celebrar os seus mortos”, disse o líder da Igreja Católica, referindo-se a “um momento difícil da História que ainda não foi ultrapassado”.
Na missa pelos mortos, que se realizou na Catacumba de Priscila, em Roma, um cemitério que abrange 13 quilómetros de galerias subterrâneas, que remota aos primeiros séculos do cristianismo, Francisco disse que esta foi a primeira vez na vida que entrou numa catacumba, lamentando que hoje existam “tantas catacumbas noutros países, onde os cristãos devem fingir comemorar um aniversário para celebrar a Eucaristia, que é proibida para eles”.
“Ainda hoje, há cristãos perseguidos, mais do que nos primeiros séculos”, afirmou o Papa, indicando que, em muitos países, “ser cristão é um crime, é proibido, não é um direito”.
No ano passado, o Papa Francisco visitou um cemitério em Roma, onde parou por muito tempo em frente aos túmulos de crianças que morreram prematuramente ou à nascença.
Em 2017, o líder da Igreja Católica celebrou uma missa pelos mortos num cemitério militar americano na Itália, associado à Segunda Guerra Mundial, onde dedicou os seus pensamentos aos “jovens” soldados que combatem no mundo.
No caminho de regresso, Francisco parou também no Mausoleo delle Fosse Ardeatine, no sul de Roma, onde 335 civis, incluindo 75 judeus, foram executados pelos nazis, em 1944, em retaliação por um ataque no qual 33 soldados alemães foram mortos por combatentes italianos da resistência.