Numa votação em que bastava uma maioria simples dos votos expressos, o Parlamento Europeu “carimbou” a saída do Reino Unido da UE com 621 votos a favor, 49 contra e 13 abstenções.
Três anos e meio depois de o ‘Brexit’ ter sido decidido num referendo por 52% dos eleitores, em Junho de 2016, o processo, marcado por sucessivas rejeições do Acordo de Saída pelo parlamento britânico, que finalmente deu o seu aval após a clara vitória do conservador Boris Johnson nas eleições de Dezembro passado, chega então ao fim, com a saída do Reino Unido do bloco europeu a concretizar-se na próxima sexta-feira.
No sábado, 01 de Fevereiro, iniciar-se-á o chamado “período de transição”, até 31 de Dezembro de 2020, durante o qual as duas partes negociarão a relação futura, já que nesse dia o Reino Unido tornar-se um “país terceiro” para a UE, depois de protagonizar aquele que é o primeiro abandono da história da União Europeia, que passa a contar com 27 Estados-membros.
Entretanto, o presidente do Parlamento Europeu (PE), David Sassoli, preferiu hoje dizer somente “até breve” aos deputados britânicos, no dia em que a câmara aprovou definitivamente o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
“Caros amigos britânicos, um ‘addio’ (adeus) italiano é uma palavra demasiado definitiva, por isso, junto com os meus colegas, direi apenas ‘arrivederci’ (até breve)”, afirmou o responsável transalpino.
No final do debate e votação, foram vários os representantes britânicos que assinalaram a ocasião, tendo ecoado no hemiciclo a nostálgica canção tradicional do folclore britânico, com origem num poema escocês, “Auld Lang Syne”.
“Entristece-me pensar que chegamos a este ponto e que um membro há muito tempo, parceiro e amigo tenha decidido deixar a família da UE. Em nome do PE, quero expressar a nossa profunda admiração e gratidão aos colegas britânicos e à sua contribuição ao longo dos anos. A sua presença enriqueceu a instituição e teremos saudades”, disse Sassoli.
Muitos parlamentares deram as mãos e trocaram abraços, alguns deles visivelmente emocionados.
“Obviamente, respeitamos e aceitamos completamente a decisão do povo do Reino Unido e o seu desejo de construir um futuro diferente fora da UE. Continuaremos amigos próximos e parceiros. O que temos em comum, da história e geografia partilhadas aos valores, vai levar-nos a cooperar de forma próxima em quase todas as áreas. Contudo, a relação vai ser diferente, algo inevitável, e, de certa maneira, imprevisível”, afirmou ainda o presidente do PE.