Tedros Adhanom Ghebreyesus, que falava aos jornalistas à margem da 56.ª Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, referiu ainda que os especialistas da organização estão a trabalhar em "estreita colaboração" com a China e lamentou os "rumores e a desinformação" sobre a epidemia.
"Na OMS estamos preocupados com a potencial crise que o coronavírus pode causar em países com sistemas de saúde mais fracos" do que a China, sublinhou.
O representante sublinhou que a actuação das autoridades chinesas possibilitou algum tempo de vantagem para o resto do mundo combater a doença, mas ressalvou que não é possível prever "quanto tempo".
Assim, vincou, todos os países devem estar preparados para a chegada do coronavírus, designado Covid-19, de modo a "tratarem os doentes com dignidade e compaixão", bem como para prevenir a transmissão da doença.
Ghebreyesus expressou também preocupação face à "falta de urgência" detectada em relação ao financiamento para o controlo da disseminação da epidemia.
O coronavírus Covid-19 provocou 1.527 mortos e infectou cerca de 65 mil pessoas a nível mundial, segundo o mais recente balanço.
A maioria dos casos ocorreu na China, onde a epidemia foi detectada no final do ano.
Além de 1.523 mortos na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas, um no Japão e um em França.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Em Portugal, surgiram até agora sete situações suspeitas, mas nenhum caso se confirmou.
Por outro lado, 20 pessoas que estiveram em isolamento preventivo durante 14 dias por suspeitas de infecção, depois de regressarem da China, deixam hoje o Hospital Pulido Valente, em Lisboa, após as segundas análises a que foram submetidas terem tido resultado negativo.
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há 44 casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.