A OMS voltou a destacar a necessidade das medidas de isolamento social para conter as infecções pelo novo coronavírus, alertando que não é possível saber quanto tempo a pandemia vai durar e que estamos entrando em um campo de incertezas.
O foco das actuações de cada país deve ser sempre o “máximo controle da doença e impacto mínimo na economia e na vida das pessoas”, disse Michael J. Ryan, director-executivo do Programa de Emergências Globais da OMS.
O director-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, por seu turno confirmou que a doença já deixou mais de 500 mil pessoas doentes e o número de mortos passou a barreira dos vinte mil. Numa visão mais optimista, o director-geral da OMS anunciou que mais de 100 mil pacientes já recuperaram da doença.
Adhanom reuniu-se com mais de 50 ministros da saúde do mundo para discutir como a doença está a ser acompanhada e tratada e destacou as acções na China, Coreia do Sul, Japão e Singapura para identificar os casos, isolar os doentes, acompanhar os movimentos e o sucesso nas quarentenas.
O chefe da OMS destacou como acções bem-sucedidas a detecção precoce, isolamento, acompanhamento, identificação e quarentena de casos confirmados e de pessoas com quem os infectados tiveram contacto. Outras medidas são optimizar os cuidados e promover a comunicação em favor da confiança entre pessoas e grupos.
A mais urgente ameaça global é a falta de equipamentos de protecção individual. A agência forneceu cerca de 2 milhões de itens e equipamentos de protecção a 74 países, e prepara a mesma quantidade para mais 60 nações.
Para Ghebreyesus, ainda é preciso fazer muito mais e o problema “só pode ser resolvido com cooperação e solidariedade”, disse, destacando que todos estão em risco quando os profissionais da saúde estão expostos a essa situação.
Tratamento urgente
O responsável adiantou que uma vacina contra o novo coronavírus demorará, pelo menos, 18 meses. Enquanto isso, é preciso tratamento urgente para os pacientes e salvar vidas.
A Noruega e a Espanha já têm os primeiros candidatos inscritos para participar na chamada Pesquisa de Solidariedade, que deve comparar a segurança e a eficácia de quatro medicamentos ou combinações diferentes.
Para a OMS, esse teste histórico reduzirá de forma drástica o tempo necessário para ter fortes evidências sobre a acção dos remédios. Mais de 45 países já contribuem para esse ensaio e vários outros expressaram interesse.
No entanto, o chefe da agência pediu a indivíduos e países que “se abstenham de usar terapêuticas que não demonstraram ser eficazes”.