De acordo com os dados preliminares hoje divulgados pela Agência Europeia de Fronteiras e Guarda Costeira, o número de tentativas detectadas de entrada irregular em território europeu no mês passado é o mais baixo desde que a Frontex começou a recolher dados, em 2009, e “deve-se sobretudo ao efeito do coronavírus”.
Ainda assim, o número total de travessias ilegais das fronteiras externas da UE nos primeiros quatro meses de 2020 foi de 26.650, “em linha com o mesmo período do ano passado”.
A maior queda na actividade das rotas migratórias ilegais em Abril verificou-se no Mediterrâneo Oriental, com a detecção de apenas 40 casos, uma descida de 99% face a Março, aponta a Frontex.
No Mediterrâneo Central, os casos detectados recuaram 29% em Abril face a Março, para 250, enquanto no Mar Mediterrâneo Ocidental o recuo foi de 82%, para uma centena de casos, sensivelmente o mesmo número de tentativas de passagem ilegal detectadas na rota dos Balcãs Ocidentais, o que neste caso representa uma queda de 94% face a Março.
A Frontex salienta que os seus dados referem-se a detecções de travessias ilegais nas fronteiras externas da UE, sendo que uma mesma pessoa pode tentar entrar em território europeu diversas vezes e em diferentes locais, o que significa que mais do que provavelmente o número de detecções é superior ao número de migrantes individuais.
A agência salienta igualmente que estes dados provisórios ainda não incluem casos detectados em Chipre, notando que a pandemia da COVID-19 levou também a um atraso na compilação e transmissão dos dados pelas autoridades nacionais.