Nas tendas de campanha instaladas no porto do sul da ilha estavam alojadas, no final do dia de terça-feira, 1.052 pessoas que aguardavam que a polícia as identificasse, que os profissionais de saúde lhes fizessem os testes ao novo coronavírus e que as administrações lhes atribuíssem um local de acolhimento de uma rede completamente sobrelotada.
Trata-se do número mais elevado alguma vez registado no cais de Arguineguín, mas que ainda pode crescer nas próximas horas, uma vez que a embarcação Guardanar Polimnia regressa neste momento ao porto com os ocupantes de outros botes que acaba de resgatar.
Há um mês, o Ministério da Inclusão e das Migrações decidiu recorrer a complexos turísticos vazios devido à crise no setor turístico para alojar temporariamente os imigrantes que chegavam à Gran Canária, ao considerar insustentáveis os números que se verificavam nesse momento no cais de Arguineguín.
Nessa altura, chegaram a dormir no porto cerca de 400 pessoas, que foram rapidamente recolocadas numa rede de acolhimento que chegou a 3.000 lugares graças ao recurso aos complexos turísticos.
No entanto, o fluxo de embarcações a caminho da Gran Canária não parou nos últimos dias, antes pelo contrário, registando-se cerca de 300 chegadas diárias que sobrelotaram a capacidade existente.